A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) deu início à 2ª Jornada Alepe Antirracista, um ciclo de atividades gratuitas que seguirá até sexta-feira (8), abordando questões de igualdade racial e inclusão da população negra no Brasil.
A abertura, na segunda-feira (4), contou com a palestra do professor e ativista Antonio Baruty, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), que destacou os avanços e os desafios na luta pelos direitos da população negra no país.
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Baruty enfatizou que a construção de uma democracia sólida passa, necessariamente, pelo combate à desigualdade racial. Segundo ele, o combate ao racismo exige não apenas a mobilização dos negros, mas a educação de toda a sociedade.
“Começamos a ser educados dentro de casa, com as histórias que nos contam. Em conjunto, vem a educação formal, das escolas. Elas precisam incluir a população negra marginalizada”, afirmou o palestrante.
Presidindo a sessão, a deputada estadual Dani Portela (PSOL) salientou a importância de aumentar a representatividade política para combater o racismo estrutural. Portela destacou as ações promovidas pela Alepe, como a própria Jornada Antirracista, a criação de um curso de formação de servidores sobre a temática e a instalação da Frente Parlamentar de Combate ao Racismo.
“A população negra é a maioria em Pernambuco, mas representa uma minoria nos espaços de poder. As mulheres negras, por exemplo, ocupam menos de 3% das cadeiras do Legislativo no Brasil”, destacou. Para a deputada, é crucial que os debates promovidos pela Jornada Antirracista inspirem novas leis e políticas públicas capazes de reduzir as desigualdades raciais.
Outro avanço citado na abertura foi a implementação da Política Antirracista da Alepe, formalizada pela Resolução nº 2019/2024, que coloca a Casa como a primeira do país a adotar uma medida institucional contra o preconceito racial.
Para o superintendente-geral da Alepe, Isaltino Nascimento, esta política demonstra o comprometimento da Mesa Diretora com a causa antirracista em Pernambuco e serve de exemplo para outras esferas do poder público.
A cerimônia contou ainda com a presença de Marta Almeida, mãe da ativista de mesmo nome falecida em 2023, além das professoras Taciana Brum e Priscila Lupicinio, da Unibra. O evento foi conduzido pelo pesquisador Lepê Correia, e o Coral Vozes de Pernambuco, formado por servidores da Alepe e sob regência de Miriam Machado, apresentou canções com temáticas afro-brasileiras.
Programação da 2ª Jornada Alepe Antirracista
Ao longo da semana, a Jornada oferecerá uma série de palestras e debates focados em diferentes aspectos da vida e cultura negra, buscando conscientizar sobre práticas racistas e valorizar a contribuição histórica e social da população afrodescendente.
No dia 5, a “Conexão com a Mãe África” abrirá espaço para palestras de Arnaldo Sucuma e Abdulai Sila, que abordarão a produção científica e o legado histórico da África e sua diáspora. Já no dia 6, a saúde integral da população negra será discutida por Juliana Carneiro e Viviane Patrícia Souza, com enfoque nos desafios e caminhos para o fortalecimento da saúde física e mental da comunidade negra.
O dia 7 será dedicado às mulheres negras, com debates sobre liderança feminina e combate à violência de gênero e racismo, liderados por Luíza Reis e Juliane Lima. Encerrando a programação, no dia 8, o foco estará na juventude e nas relações étnico-raciais, com palestras sobre ativismo juvenil e educação antirracista, incluindo uma apresentação artística do grupo Canto do Reencanto.
Serviço
2ª Jornada Alepe Antirracista
Ciclo de palestras e debates sobre racismo e valorização da cultura negra.
Quando: 4 a 8 de novembro
Onde: Auditório Sérgio Guerra, Alepe (Rua da União, 389).
Inscrições gratuitas: neste link.