Disponível nas principais plataformas digitais a música “Benedito” do cantor e compositor Dudu Valdez, lançada na última sexta feira (01), trata de um escravizado que, após um dia quente e exaustivo de trabalho e tortura, arquiteta com sua filha um plano para incendiar o canavial do senhor de engenho.
“O Brasil foi o país que mais recebeu escravizados africanos: pelo menos 4,9 milhões de pessoas. No entanto, nas últimas décadas, a renovação da historiografia brasileira, bem como o impacto desses estudos nas produções audiovisuais como filmes e novelas, nos romances históricos e no cancioneiro popular, vem revelando aspectos que são fundamentais para a superação do racismo e, portanto, para a formação do povo brasileiro: as diversas formas de resistência à escravidão que os africanos desenvolveram no Brasil”, ressalta Dudu Valdez.
Quer receber nossa newsletter?
Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!
Ao mesmo tempo, ele mantém acesa a sua esperança por dias melhores, através de sonhos com São Benedito, que o aconselha e o encoraja a tomar medidas reativas.
No sincretismo religioso, São Benedito é Ossain, orixá conhecedor das ervas medicinais. A ideia do clipe é contar uma história que se movimenta ao longo do tempo: ora se passando no passado escravista, ora se passando no tempo presente ao denunciar algumas permanências vividas pelo povo negro no Brasil, como a precarização do trabalho, a maior exposição à violência policial, ente outras.
Contemplada no edital cultural Sesi Firjan, a música “Benedito” lança luz para algumas dessas formas de resistência: a complexidade do conhecimento biomedicinal, o sincretismo religioso, as sabotagens às fontes de lucro dos senhores, a organização de irmandades religiosas dedicadas a santos pretos como São Benedito.