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Camisa Verde e Branco vai celebrar Oxóssi e ascensão de Adriano Imperador em samba enredo

No Carnaval 2024, a agremiação de São Paulo aposta na realeza africana e na ascensão do povo preto
A imagem mostra o ex-jogador de futebol Adriano Imperador durante os ensaios da Camisa Verde e Branco no Sambódromo do Anhembi.

Foto: Kleber Santos

30 de janeiro de 2024

Após dez anos de permanência no Grupo de Acesso do Carnaval de São Paulo, a Camisa Verde e Branco está de volta ao Grupo Especial e vai celebrar Oxóssi, patrono espiritual da escola, e a ascensão do ex-jogador Adriano Imperador em terras colonizadoras. A agremiação será a primeira a desfilar no Sambódromo do Anhembi, em 9 de fevereiro.

A construção do samba enredo “Adenla — O Imperador nas Terras do Rei” se dá a partir da biografia de Oxóssi, um caçador que se torna rei das terras de Ketu, na África. Assim como Adriano, que saiu da Vila Cruzeiro (RJ) e conquistou o título de Imperador na Itália. 

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Em entrevista à Alma Preta, o carnavalesco da Camisa Verde e Branco, Renan Ribeiro, destaca as patentes de nobreza do orixá e do ex-jogador, além da ascensão de ambos ser construída a partir “das camadas para postos de nobreza”. 

O carnavalesco ainda relaciona a ascensão de Adriano ao que chama de “memória genética”, onde pessoas pretas e periféricas carregam no sangue a nobreza africana e o DNA da realeza.

“Adriano carrega consigo o ímpeto de luta e reversão social e econômica almejado por milhares de brasileiros, e assim como outros personagens citados no texto faz com que essa memória genética de luta seja inspiração para futuras gerações”, diz. 

Em 2024, a Camisa Verde e Branco faz uma aposta grandiosa para apresentar diferentes cenários do continente africano e enaltecer os povos que herdaram o DNA de luta e vitória, como Piye, um faraó que libertou o povo egípcio da escravidão no século I antes de cristo, e Mansa Musa, que tornou o Império de Mali um dos mais ricos do mundo.

  • Patricia Santos

    Jornalista, poeta, fotógrafa e vídeomaker. Moradora do Jardim São Luis, zona sul de São Paulo, apaixonada por conversas sobre territórios, arte periférica e séries investigativas.

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