O cineasta Ben-Hur Nogueira, de 22 anos, morador do aglomerado Morro das Pedras, região Oeste de Belo Horizonte (MG), foi convidado para palestrar na maior universidade pública de Nova York, Binghamton University, no dia 10 de fevereiro. Ben-Hur vai abordar a atual cena do cinema preto brasileiro e latino americano.
Ben-Hur é um dos criadores da Mostra de Cinema Preto Periférico de Ouro Preto (MCPP-MG) e do Prêmio Marku Ribas, que promove a cena de cineastas e personalidades afro-brasileiras. Atualmente, ele cursa cinema da computação na Universidade Federal de Ouro Preto (MG).
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“Até agora estou boquiaberto. Representar meu país e, sobretudo, ter um reconhecimento internacional do meu trabalho, mostra a força das favelas e ocupações de Belo Horizonte. Me sinto honrado em representar o cinema brasileiro em uma universidade de Nova York e o povo das favelas de Belo Horizonte”, afirma o cineasta.
“Me sinto como Paulo Freire, não vou estar assistindo uma aula, eu vou dar a aula. Djonga disse na sua canção ‘Santa ceia’: ‘Olho pra frente vejo a classe, eu o homem que ensinava’, isso nunca pareceu tão real pra mim”, comemora Ben.
Além disso, Ben-Hur também dirigiu o curta “Pandeminas”, vencedor do prêmio Varsity Film Expo, realizado no Zimbabwe, em 2023. Ele concorreu com mais de 1.450 produções ao redor do mundo e foi indicado para mais de cinco prêmios internacionais.
Ben também é membro da Associação de Profissionais do Audiovisual Negro (APAN) desde julho de 2024 e trabalha no segundo curta-metragem que irá lidar com os efeitos da diáspora nas comunidades periféricas, e também está em fase de produção do seu primeiro trabalho literário.