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Coletivo de moda valoriza estética das noites periféricas de São Paulo

Inspirado no Dia do Funk, o coletivo Mile Lab lança nova coleção de roupas que retrata a energia noturna das periferias paulistanas
Imagem mostra mulheres com roupas da Mile Lab.

Foto: @ladeirra

7 de julho de 2024

Em comemoração aos sete anos de história, o coletivo Mile Lab lança uma nova coleção de roupas, o “Espetáculo Submundo”. A marca que retrata a luta e a força da periferia por meio da estética marginal já participou da maior semana de moda da América Latina, o São Paulo Fashion Week, e agora apresenta seu mais novo projeto que carrega consigo uma imersão nos quatro cantos das ruas, explorando a noite periférica como um espaço místico e as ruas e vielas como uma entidade viva. O lançamento do fashion film acontece nesta segunda-feira (8).

Milena Nascimento, fundadora do coletivo, sempre teve o desejo de dar visibilidade às manifestações culturais nascidas nas periferias, de São Paulo e do Brasil. Desta vez, a estilista pensou em uma coleção que retrata a energia noturna dos bairros marginalizados.

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“O Espetáculo do Submundo tem como intuito captar a energia da noite periférica, do dançar em meio ao caos que permeia as vielas e entranhas das favelas; exaltar a beleza e aspectos que torna nós, quem somos”, explica Milena.

O lançamento oficial do projeto ocorre um dia após o Dia do Funk, celebrado neste domingo (7) em São Paulo. A data foi criada para reconhecer o gênero como uma manifestação cultural “digna de zelo do Poder Público”. 

A partir do funk, a cultura periférica paulista se desenvolveu e se tornou como é conhecida hoje. A lei estadual 16.310/2016 prevê que os artistas do genêro “sejam reconhecidos e protegidos contra qualquer tipo de discriminação e de desrespeito aos seus direitos profissionais”. Dentre os elementos mais fortes da cultura da periferia estão os bailes funk, que acontecem nas ruas e vielas da comunidade, e agitam a madrugada de vários jovens. É sobre isso que a Mile Lab buscou comunicar com sua nova coleção.

“Temos como propósito, construir a partir das vivências de rua, obras artísticas viscerais e fora da curva, dando vida ao imaginário coletivo que pulsa nas margens e aos atravessamentos espirituais pelos quais nossos corpos caminham ‘’, comenta a fundadora do coletivo.

O espetáculo é uma celebração da vida periférica, um manifesto à prosperidade cultural e narrativa das comunidades marginalizadas, e um reconhecimento do caos como elemento fundamental na construção de identidades e cosmologias periféricas. A marca utiliza a moda marginal como ferramenta de comunicação e de transformação social. Por meio das roupas na estética periférica, são contadas histórias que também resgatam a ancestralidade dos afetos e suas trocas, com o intuito de construir uma identidade coletiva nas margens da cidade.

As ruas representam caminhos e possibilidades a serem criadas, além de educar, motivar e estimular os moradores das periferias, por isso a Mile Lab afirma ter criado o projeto para dar reconhecimento a esse espaço comum e tão significativo. A iniciativa também envolve o lançamento de um fashion film e um documentário que foram gravados pelas vielas do Grajaú, zona sul de São Paulo. 

  • Redação

    A Alma Preta é uma agência de notícias e comunicação especializada na temática étnico-racial no Brasil.

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