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Com desfile em valorização às mulheres negras, Viradouro vence carnaval do Rio

Escola de samba fundada em Niterói contou a história das lavadeiras negras da Lagoa do Abaeté; Grande Rio, com desfile em homenagem ao pai de santo Joãozinho da Gomeia, é a vice-campeã

26 de fevereiro de 2020

A Unidos de Viradouro é a campeã do Carnaval 2020 do Rio de Janeiro. A escola obteve 269,6 pontos depois de fazer um desfile que exaltou as mulheres negras de Salvador no domingo (23).

O enredo “Viradouro de Alma Lavada” contou a história do grupo das Ganhadeiras de Itapuã, quinta geração de mulheres negras que lavavam roupa na Lagoa do Abaeté em busca da compra de liberdade.

O samba da escola trouxe como referência o afoxé, ritmo baiano marcado pelos batuques e a melodia do estado mais negro do país. A cantora Margareth Menezes participou como destaque do carro que lembrou as cirandas de roda à beira do mar aberto, uma contribuição das mulheres negras à música baiana.

Outro destaque do desfile da agremiação foi a sua comissão de frente. A atleta da seleção brasileira de nado sincronizado Anna Giulia, vestida de sereia, deu mergulhos de até um minuto em um aquário com sete mil litros de água mineral em representação a Lagoa do Abaeté.

Fundada em Niterói em 1946, essa é a segunda vez que a Viradouro é campeã do Grupo Especial. A primeira foi em 1997. No ano passado, a escola foi vice-campeã com um enredo sobre histórias encantadas.

Apuração

Até pelo menos a metade da apuração, as escolas Grande Rio e Beija-Flor estavam em primeiro e segundo lugar, respectivamente.

A Grande Rio, após 26 anos sem um enredo negro, homenageou o pai de santo Joãozinho da Gomeia, figura usada como ponto de partida para abordar o racismo, homofobia e intolerância religiosa no Brasil.

A Beija-Flor, por sua vez, trouxe no enredo “Se essa rua fosse minha” a história das estradas, rotas e caminhos por onde a humanidade passou. Um dos destaques foi a cantora Jojo Todynho como Chica da Silva.

A apuração terminou com a Mocidade Independente de Padre Miguel como vice-campeã. Em seu desfile, a escola encantou o público com um enredo em homenagem à cantora Elza Soares.

Estácio e União da Ilha

As agremiações Estácio e União da Ilha ficaram em 12º e 13º lugar e foram rebaixadas para o Grupo de Acesso, onde devem desfilar no carnaval de 2021.

A Mangueira, agremiação que dividiu opiniões do público ao abordar em seu desfile um Jesus Cristo negro, pobre e favelado, ficou em 6º lugar. A escola havia sido campeã do Carnaval 2019.

  • Redação

    A Alma Preta é uma agência de notícias e comunicação especializada na temática étnico-racial no Brasil.

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