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Com direção musical de Emicida, espetáculo “Tá pra vencer” estreia no Sesc Ipiranga

Dramaturgia é assinada por Jhonny Salaberg indicado ao Prêmio Shell 2024, pela dramaturgia de “Parto Pavilhão”
Cena do espetáculo "Tá pra vencer", em cartaz no Sesc Ipiranga, em São Paulo.

Foto: Divulgação

13 de outubro de 2024

O espetáculo inédito “Tá Pra Vencer” estreará dia 19 de outubro às 20h no teatro do Sesc Ipiranga. A peça, que fica em cartaz até o dia 21 de novembro, reflete como as questões de saúde mental, esgotamento social, racismo estrutural, o excesso de trabalho, estresse e a necessidade de produtividade afetam a população negra periférica.

Idealizado pelos atores Ailton Barros e Filipe Celestino (co-fundadores do “O Bonde”, grupo de teatro negro de São Paulo) e pela atriz e produtora Jennifer Souza, o projeto recebe a direção-geral de Naruna Costa (indicada ao Prêmio Shell 2024  pela direção de “Parto Pavilhão”).

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Além disso, a dramaturgia é assinada por Jhonny Salaberg (indicado ao Prêmio Shell 2024, pela dramaturgia de “Parto Pavilhão”) e a direção musical e  trilha sonora original do cantor, compositor e pensador contemporâneo Emicida, estreante no cenário teatral brasileiro. Em cena, a peça ainda conta com a atriz convidada Bia Rezi (atriz do premiado musical “Tatuagem” da Cia da Revista).

O contexto da peça considera que, historicamente, oportunidades e qualidade de vida foram limitadas para a população negra, criando uma pressão adicional em uma geração de jovens negros para alcançar sucesso e reconhecimento.

Participando pela primeira vez de uma produção teatral, o cantor, compositor e pensador contemporâneo Emicida é o responsável por toda trilha sonora da peça, assinando a direção musical

“É um sonho antigo estar mais perto do teatro. […] Senti que é mais um chamado irrecusável da arte. Tem sido um aprendizado, mas também uma honra e uma alegria colaborar. O texto do Jhonny está um absurdo e a Naruna  é uma força da natureza. Estou feliz, quem sabe não tomo coragem e subo no palco daqui a pouco para me arriscar na atuação, né?”, diverte-se Emicida. 

O espetáculo aborda de forma bem-humorada um tema fundamental para o entendimento da nossa sociedade contemporânea: a saúde mental da população negra e periférica abalada pelas desigualdades sociais e econômicas. 

“Vivemos uma onda de esgotamento geral. O cansaço é coletivo. A pressa, a urgência e a necessidade de ser produtivo dão o tom dos dias. Não à toa o assunto da saúde mental está tão em pauta. Mas como essas questões chegam na periferia e, em especial, na população negra periférica?”, questiona Filipe Celestino, co-fundador do “O Bonde”.

Na peça, três amigos preparam uma festa de aniversário surpresa para um quarto amigo que está sempre ausente ou atrasado por excesso de trabalho. Enquanto organizam a comemoração, eles compartilham experiências profissionais, revelando contradições, medos e angústias comuns em uma camada da sociedade que diariamente se depara com o racismo e demais preconceitos sociais.

“São coisas nossas e das nossas famílias que, embora não sendo as mesmas experiências, carregam um fio em comum que as une. No desenrolar da história podemos ver as personagens tentando lidar com os seus atravessamentos pessoais, questões da relação com seus trabalhos diversos, cansaço e exaustão mental e tudo isso com uma pressão de que a vida não pode parar e precisamos continuar porque a realidade é um boleto que vence no mês seguinte”, relata Jennifer Souza.   

  • Mariane Barbosa

    Curiosa por vocação, é movida pela paixão por música, fotografia e diferentes culturas. Já trabalhou com esporte, tecnologia e América Latina, tema em que descobriu o poder da comunicação como ferramenta de defesa dos direitos humanos, princípio que leva em seu jornalismo antirracista e LGBTQIA+.

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