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Com enredo sobre guerreiras africanas, Viradouro é a campeã do Carnaval 2024 no RJ

Escola de Niterói conquistou seu terceiro título no Grupo Especial do Rio de Janeiro; Imperatriz e Grande Rio ficaram em segundo e terceiro lugar, respectivamente
A atriz Erika Januza, rainha de bateria da Unidos do Viradouro. A escola foi a campeã do Carnaval 2024 no Rio de Janeiro.

Foto: Marcos Serra Lima

14 de fevereiro de 2024

A Unidos do Viradouro, escola de samba de Niterói, é a grande campeã do Grupo Especial do Rio de Janeiro no Carnaval 2024. A agremiação levou para a avenida a sabedoria africana e o culto à cobra com o enredo “Arroboboi, Dangbé”. 

Esse é o terceiro título da Viradouro. O primeiro foi em 1997 e o segundo em 2020, com o tema “Viradouro de Alma Lavada”.

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A escola de Niterói encerrou a segunda noite de desfiles com um enredo baseado nas crenças voduns de povos africanos e na força das guerreiras Mino, que formavam uma poderosa irmandade de guerreiras no reino de Daomé. 

Segundo o carnavalesco Tarcísio Zanon, que desenvolveu o tema, “Arroboboi, Dangbé” fala de uma energia manifestada durante as batalhas na Costa ocidental da África e que influenciou as lutas das sacerdotisas voduns, dinastia de mulheres escolhidas por Dangbé.

Um dos destaques da escola foi a comissão de frente. Uma enorme serpente que surgia entre o balé e deslizava pelo chão da Sapucaí chamou a atenção do público. A bateria, que representou a Revolta dos Malês, incluiu toque de atabaques na batida.

A rainha de bateria, a atriz Erika Januza, também chamou atenção representando um instrumento ritualístico pontiagudo utilizado pelos iniciados da família das cobras no processo de transe. O carisma da atriz ajudou a escola a entreter as arquibancadas até os últimos minutos do desfile no sambódromo.

Campeã contou a história das sacerdotisas voduns. Foto: Dhavid Normando

A vice-campeã Imperatriz Leopoldinense tentou o bicampeonato com o enredo “Com a sorte virada pra lua segundo o testamento da cigana esmeralda”. O tema autoral de Leandro Vieira levou à avenida a história de uma cigana chamada Esmeralda, que deixou por escrito um testamento onde constam os ensinamentos para que os sonhos possam ter compreensão, ou a sina de uma pessoa ser revelada.

A Grande Rio ficou com o terceiro lugar com o enredo “Nosso Destino É Ser Onça”, um culto a simbologia da onça no cenário artístico-cultural brasileiro. A criação dos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora, inspirados no livro de Alberto Mussa, reconta o mito tupinambá da criação do mundo.

Após ganhar a Série Ouro em 2023, a Porto da Pedra, de São Gonçalo, foi rebaixada após a apuração das notas. A escola voltará a desfilar na Série Ouro.

Apesar do desfile grandioso com o enredo em homenagem ao livro “Lunário Perpétuo”, escrito pelo espanhol Jerônimo Cortés, a escola teve falhas de acabamento em carros e problemas de evolução.

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  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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