A Academia Mineira de Letras imortalizou a escritora Conceição Evaristo por sua atuação e colaboração na literatura contemporânea. O anúncio foi feito após apuração de acadêmicos do estado e a posse será em 8 de março, Dia Internacional da Mulher.
A escritora será a primeira mulher negra imortalizada pela Academia e vai ocupar a cadeira número 40, que foi fundada por Pinto de Moura e tem como patrono Visconde de Caeté. O lugar já foi de Affonso Penna Júnior e sucede a professora doutora, ensaísta, romancista, poeta e crítica literária Maria José de Queiroz, falecida em novembro do ano passado.
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O presidente da Academia Mineira de Letras, Jacyntho Lins Brandão, em seu discurso de posse do cargo, em 2023, ressaltou a importância de pessoas negras e plurais serem lembradas por sua literatura.
Em comunicado à imprensa, a também acadêmica Maria Esther Maciel destacou que Conceição Evaristo é uma das mais notáveis escritoras da literatura contemporânea, além de ser uma forte representante de mulheres negras e que ela enaltece os saberes afro-brasileiros. Para ela, a escolha de Conceição é um “grande acontecimento literário e político-cultural para Minas e o Brasil”.
Escrevivências de Conceição Evaristo
Ficcionista e ensaísta, a escritora teve sua primeira publicação em 1990 na série Cadernos Negros, antologia coordenada pelo grupo Quilombhoje, coletivo de escritores afro-brasileiros de São Paulo.
Suas primeiras obras individuais, “Ponciá Vicêncio” (2003) e “Becos da Memória” (2006) foram publicadas pela Mazza Edições; sendo seguidas por “Poemas da Recordação e outros movimentos” (2008) e “Insubmissas lágrimas de mulheres” (2011), ambos pela Editora Nandyala; as duas, editoras mineiras sediadas em Belo Horizonte.
As obras anteriores foram reeditadas, e até o momento, Conceição Evaristo, além da participação em várias antologias nacionais e estrangeiras tem as seguintes obras publicadas: “Ponciá Vicêncio” (Pallas); “Becos da Memória” (Pallas); “Poemas da Recordação e Outros movimentos” (Malê); “Insubmissas Lágrimas de Mulheres: contos” (Malê); “Olhos d’água” (Pallas); “História de Leves Enganos e Parecenças” (Malê).
As obras mais recentes são “Canção para Ninar Menino Grande” (Pallas) e “Macabéa: flor de Mulungu” (Oficina Raquel).