O Alma Preta listou alguns espaços importantes para a história da população negra no Brasil
Por: Lucas Veloso
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No Brasil não existem registros precisos dos primeiros escravos negros que chegaram no país. A tese mais aceita é a de que em 1538, Jorge Lopes Bixorda, arrendatário de pau-brasil, teria traficado para a Bahia os primeiros escravos africanos.
Eles eram capturados nas terras onde viviam na África e trazidos à força para a América, em grandes navios. Muitos morriam durante a viagem através do oceano Atlântico, vítimas de doenças, de maus tratos e da fome. Assim começou a história dos negros no Brasil.
Segundo o IBGE, os negros representam 54% da população brasileira, sendo que nos últimos anos, a proporção de brasileiros que se declaram pretos – grupo que, com os pardos, forma a população negra, de acordo com os critérios do instituto – cresceu em todas as regiões do país entre 2015 e 2018, segundo a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua feita pela organização.
Com isso, o Alma Preta indica alguns museus brasileiros que recontam a história dos negros no país, e promovem uma identidade afro brasileira positiva:
1. Casa do Benin | Salvador
A Casa do Benin fica no Pelourinho, Salvador. O espaço cultural, inaugurado em 1988, busca refletir a relação entre a Bahia e o Benim, de onde pessoas foram traficadas como escravas para essa parte do Brasil. A migração forçada trouxe impacto cultural de intercâmbio entre os dois lugares.
A maior parte do acervo foi colecionada pelo antropólogo e fotógrafo francês Pierre Verger em suas andanças pelo continente africano. O espaço abriga também exposições temporárias e oficinas artísticas.
SERVIÇO
Baixa dos Sapateiros, 7 – Pelourinho, Salvador-BA, 40025-005 | De segunda a sexta-feira, das 9h às 17h | A entrada custa R$ 4 | Telefone: (71) 3202-7890
2. Museu do Negro | São Luís do Maranhão
O espaço também conhecido como Cafuá das Mercês é um museu localizado em São Luís, no Maranhão, dedicado a preservar e difundir a memória da cultura negra do estado. Cafuá é uma palavra originada do dialeto banto, e significa cova, caverna, lugar escuro e isolado. O museu fica localizado no Centro Histórico de São Luís, ao lado do Convento das Mercês.
O museu funciona em um antigo mercado de pessoas escravizadas, construído no século XVIII para receber os negros africanos, que desembarcavam no Portinho vindos da África, para ali serem comercializados.
SERVIÇO
Rua Jacinto Maia,54 – Bairro Praia Grande – São Luís, Maranhão | De segunda a sexta, das 9h às 18h | Gratuito
3. Museu AfroDigital | Rio de Janeiro
O Museu AfroDigital se propõe a construir um acervo digital e exposições virtuais sobre as práticas daqueles que se identificam a si mesmos ou são identificados como afrodescendentes. A criação do espaço parte da importância do Rio de Janeiro na construção de uma memória para a população negra ou afrodescendente.
No museu, é possível ver um conjunto de registros, como recortes de jornais, documentos pessoais, cartas, textos publicados ou não, poesias, gravações de eventos culturais ou políticos e mais uma série de materiais.
SERVIÇO
Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ Rua São Francisco Xavier, 524 – Bloco F – Sala 9103 / Sala de Ensino e Pesquisa em Ciências Sociais Maracanã – Rio de Janeiro – CEP 20550-013 | Telefone: (21) 2334.0522
4. Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira | Rio de Janeiro
Localizado na região da Zona Portuária conhecida como “Pequena África”, com sede no centenário edifício da antiga Escola José Bonifácio. O espaço oferece atividades de capacitação e educação que possuem a cultura afro-brasileira como tema, dentre eles um curso de inglês afrocentrado, curso de modelos e atores negros, capoeira, acolhimento psicológico com viés racial, e preparatório para o mestrado de Relações Étnico-Raciais.
A sede do museu também abriga uma programação com rodas de samba, exposições temporárias sobre personagens e temáticas da cultura afro, workshops e lançamento de livros com escritores negros, aulas de medicina tradicional africana, dentre outros.
SERVIÇO
R. Pedro Ernesto, 80 – Gambôa | Rio de Janeiro – RJ, 20220-350 | De terça a sábado, de 10h as 17h
5. Muquifu | Belo Horizonte
O Muquifu – Museus dos Quilombos e Favelas Urbanos tem como vocação garantir o reconhecimento e a salvaguarda das favelas, os verdadeiros quilombos urbanos do Brasil: lugares não apenas de sofrimento e de privações, mas, também, de memória coletiva digna de ser cuidada. A instituição reúne como acervo fotografias, objetos, imagens de festas, danças, celebrações, tradições e histórias que representam a tradição e a vida cultural dos moradores das diversas favelas e quilombos urbanos do Estado de Minas Gerais.
SERVIÇO
Rua Santo Antônio do Monte, 708 – Belo Horizonte/MG – Brasil | Terça-feira a Sexta-feira, das 13h às 17h30. O espaço é fechado nos demais dias e horários. Para visitar, é importante agendar horário pelo número (31) 98798-7516.
6. Museu Afro Brasil | São Paulo
Inaugurado em 2004, a partir da coleção particular do Diretor Curador Emanoel Araujo, o Museu Afro Brasil tem um acervo que contempla a produção dos negros brasileiros, desde o século XVIII até a contemporaneidade. Uma das propostas do espaço é destacar a perspectiva africana na formação do patrimônio, identidade e cultura brasileira, celebrando a memória, história, a arte brasileira e a afro brasileira.
SERVIÇO
Endereço | Av. Pedro Álvares Cabral Portão 10 – Parque Ibirapuera CEP: 04094 050 – São Paulo/SP – Brasil – Acesso pelo portão 03 | De terça-feira a domingo, das 10h às 17h | Ingresso: R$ 6,00 – Meia Entrada: R$ 3,00 | Gratuidade aos sábados
Colaboraram Amanda Lira, de Belo Horizonte; Fabíola Ribeiro, de São Paulo; e Thayná Alves, do Rio de Janeiro.