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Conheça as Ganhadeiras de Itapuã, exaltadas pela campeã Viradouro

Grupo reconhecido por sua importância para a cultura baiana remonta a história de luta das mulheres negras

27 de fevereiro de 2020

Homenageadas pela escola de samba Unidos de Viradouro, campeã do Carnaval 2020 do Rio de Janeiro, as Ganhadeiras de Itapuã remontam a trajetória de luta de gerações de mulheres negras da cidade de Salvador.

Antigamente, o bairro de Itapuã, na capital baiana, era uma vila de pescadores onde um grupo de mulheres negras lutavam pela subsistência de suas famílias. Elas lavavam roupas na Lagoa do Abaeté e preparavam peixes e quitutes para vender nas ruas, em feiras e mercados da cidade.

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No trajeto a pé, equilibrando balaios nas cabeças e como uma forma de amenizar o cansaço, as mulheres cantavam cantigas de roda, sambas e cirandas. Dessa tradição, surgiu o grupo Ganhadeiras de Itapuã, formado pela quinta geração de lavadeiras negras.

Exaltadas no desfile da Viradouro como as primeiras feministas do Brasil, devido à luta pela liberdade e importância para cultura da Bahia, a música das Ganhadeiras de Itapuã é conhecidas como “Samba do Mar Aberto”. A sonoridade traz influência da ciranda, do candomblé, de sambas de diferentes matrizes, entre outras misturas rítmicas da comunidade afro-brasileira.

Em 2019, o grupo da quinta geração de lavadeiras negras completou 15 anos de existência. Em sua bagagem estão reconhecimentos como o Prêmio Culturas Populares – Mestre Duda 100 anos de Frevo, concedido pelo Ministério da Cultura, e o título de iniciativa exemplar da cultura popular brasileira.

Agora, as Ganhadeiras de Itapuã também têm mais um motivo para comemorar: a visibilidade conquistada através do desfile emocionante da campeã Unidos de Viradouro.

  • Redação

    A Alma Preta é uma agência de notícias e comunicação especializada na temática étnico-racial no Brasil.

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