A Orquestra de Câmara da USP (OCAM), o Padre Júlio Lancellotti, poetas de Slam, MCs e o Coral Paulistano Mário de Andrade lançam nesta segunda-feira (21) o curta-metragem “Olho da Rua”, que tem como objetivo arrecadar doações a serem destinadas à população em situação de rua.
“Nós não trabalhamos com a população de rua, nós convivemos com a população de rua. E a nossa convivência com eles sempre mostra que é uma grande violência viver na rua. ‘Fique em casa’, onde é a casa do morador de rua? ‘Lave as mãos’, aonde? ‘Use álcool em gel’, como? O distanciamento social talvez seja o mais natural, porque todos mantêm distância social de quem vive na rua”, diz o padre.
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O curta que une música, dança e poesia pode ser assistido no canal do Youtube da OCAM. O projeto foi dirigido e produzido pela TILT REC e BICHO e co-produzido pela Porqueeu Filmes.
Todas as músicas conversam com as performances do rapper Kamau, MC Lucas Afonso e das slammers Luz Ribeiro e Mel Duarte, que declamam poesias em defesa do direito à alimentação e denunciam as condições em que se encontra a população em situação de rua. Os relatos do padre Júlio Lancellotti e a performance, dirigida pelo coreógrafo Fernando Barcellos, completam o vídeo.
Em sua fala, o MC, Agente Comunitário de Cultura, oficineiro e apresentador do Slam da Ponta, Lucas Afonso critica as contradições entre os avanços tecnológicos e o aumento da riqueza dos bilionários, que acontecem ao mesmo tempo em que a miséria escala: “Voam foguetes, carros, drones… o Homem pisa na Lua, mas ainda tem quem não come”. O artista apela à união solidária para amparar as pessoas que precisam.
“O que diferencia você de uma pessoa em situação de rua? Por que a gente tem tanta dificuldade em perceber o outro? Tem muita gente desamparada, e são poucos os que olham para a população de rua. Nossa intenção é transformar o filme em comida e contribuir para a luta do Pe. Júlio Lancellotti”, afirma Beto Macedo, diretor da TILT REC, realizadora do curta-metragem.
A poeta e pedagoga Luz Ribeiro também convoca todos à empatia, declamando “Se tem gente com fome, que haja também pessoas famintas por equiparação”.
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