A obra “Flux014: o rap e o funk na Cidade Sem Limites” foi produzido por mídia independente de Bauru
Texto / Lorenzo Santiago | Edição / Lucas Veloso | Imagem / Divulgação
Na capital paulista, os bailes funk tem uma configuração muito diferente dos fluxos em cidades de médio porte no interior de São Paulo. As batalhas de rap, mesmo revelando grandes músicos, também não tem a mesma exposição dos grandes centros.
Bauru é a maior cidade do Centro Oeste Paulista com muitos jovens mobilizados para formar a cena cultural em torno de praças e chácaras.Inserido neste contexto está o Jornal Dois, mídia independente que têm o objetivo de ampliar o debate público frente a grupos de comunicação hegemônicos.
“A equipe do Jornal Dois acompanhou os eventos nos quatro cantos da cidade, entrevistou 23 pessoas entre rimadores, MCs, DJs e pessoas de todas as idades que frequentam bailes e batalhas”, explica Bibiana Garrido. “Em um ambiente plural e diverso, os rolês das quebradas do interior manifestam a cultura de pessoas pretas e pobres que se articulam de forma coletiva, integrando bairros distantes entre si”, completa.
No ano passado, o jornal venceu o edital do Programa de Ação Cultural do Governo do Estado de São Paulo (ProAc) e produziu um documentário que retrata a organização das batalhas e bailes funks em Bauru.
Segundo a direção da obra, a cidade, berço do rapper Coruja BC1 e Dom Black, impõe uma série de limites para quem rimar ou acessar shows.
“A lei antifesta é hoje o artifício que mais dá aval para a polícia chegar e acabar com os rolês nas quebradas. Mas o fluxo continua – a cultura nos bairros distantes do centro continua fluindo e resistindo”, afirma Ana Carolina Moraes, uma das produtoras.
O lançamento do documentário ocorreu no dia 21 de setembro na tabacaria Fumacê, ponto de cultura negra de Bauru.
O trabalho pode ser conferido no link: https://www.youtube.com/watch?v=nvmIDym3mnU&t=17s
