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Emory Douglas, Ministro da Cultura dos Panteras Negras, participa de exposição em São Paulo

3 de março de 2017

Emory Douglas foi diretor artístico, designer, ilustrador do jornal The Black Panther e Ministro da Cultura dos Panteras Negras. O Sesc preparou uma exposição com as obras de Emory Douglas, que ainda coordena a palestra de abertura e oficina sobre artes gráficas.

Texto / Pedro Borges
Edição de Imagem / Vinicius de Almeida

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Entre os dias 8 de março e 4 de junho, o Sesc Pinheiros apresenta a exposição “Todo Poder ao Povo! Emory Douglas e os Panteras Negras”. A abertura da programação tem início às 18h30, no Teatro Paulo Autran, com palestra de Emory Douglas sobre a organização política dos Panteras Negras e os problemas enfrentados pela comunidade negra norte-americana.

Durante a inauguração, ele também explica como se deu o processo de construção do projeto estético e gráfico do movimento, a partir das diretrizes revolucionárias do partido. As vagas são limitadas e os ingressos gratuitos podem ser retirados nas bilheterias do Sesc.

No dia seguinte, Emory Douglas coordena uma oficina de artes gráficas com o objetivo de ensinar os inscritos a produzir peças semelhantes às criadas pelos Panteras Negras. Essa atividade tem como público alvo artistas, designer e estudantes da área. É preciso enviar um projeto até o dia 5 de março, domingo, com obras desenvolvidas pelo interessado.

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Depois da palestra de abertura, no dia 8, está inaugurada a exposição, que fica acessível ao público na estreia das 20h às 21h30 e a partir do dia 9 de março, de terça a sábado, das 10h30 às 21h30 e de domingo, das 10h30 às 18h30.

A mostra, organizada pelo coletivo colombiano La Silueta e pelo artista Juan Pablo Furtado, possibilita aos interessados conhecer algumas das obras do então diretor artístico, designer, ilustrador do periódico The Black Panther e também Ministro da Cultura do Partido dos Panteras Negras.

A obra de Emory será acompanhada de uma seleção de fotos, livros, cartas, discos e fotografias do fotojornalista estadunidense Stephen Shames. A ideia é possibilitar maior compreensão do fenômeno midiático e do poder do partido dos Panteras Negras.

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O projeto também conta com outras atividades. Entre elas, destaque para os debates sobre os Panteras Negras, a imprensa negra no Brasil e nos EUA e Angela Davis, e as oficinas de produção de cartazes, HQs e Fanzines. Uma das oficinas de poster é voltada ao público infantil.

Quem foi Emory Douglas?

Nasceu em 24 de maio de 1943 em Grand Rapids, Michigan, EUA. Ele reside na região da Baía de São Francisco, na Califórnia, desde 1951. Douglas frequentou o City College de São Francisco, onde se especializou em arte comercial. Envolveu-se politicamente como artista revolucionário e depois como ministro da cultura no Partido dos Panteras Negras, de fevereiro de 1967 até o início dos anos 1980. A arte e a concepção de design de Douglas eram sempre vistas nas capas e contracapas do jornal dos Panteras Negras, refletindo as políticas do partido e as preocupações da comunidade.

Conheça o restante da programação

Quadros Negros – HQs e Fanzines, com Marcelo D’Salete

Data: 14 e 15 de março, das 19h às 20h
Local: Oficina de Offset da exposição (2º andar)

Oficina de iniciação a HQ a partir de exercícios práticos de criação de narrativas, utilizando a linguagem dos quadrinhos e experiências gráficas. Com o uso da máquina offset o público poderá elaborar um fanzine sobre os temas discutidos.

Marcelo D´Salete é professor, ilustrador e autor de histórias em quadrinhos. Estudou design gráfico, é graduado em artes plásticas e mestre em história da arte. CUMBE (Veneta, 176 páginas, 2014) é a sua obra mais conhecida, versando sobre o período colonial e a resistência a escravidão no Brasil, foi publicado também em Portugal, Itália e França.
Inscrições na Central de Atendimento. Os ingressos são de R$ 9,00 para associados do Sesc, R$ 15,00 para estudantes e R$ 30,00 para os demais.

“O Partido dos Panteras Negras: histórias, mitos, práticas e legados”, com Raquel Barreto

Data: 18/03, sábado, das 15h às 18h
Local: Sala de Oficinas (2º andar)

O encontro abordará a história política e de resistência do Partido dos Panteras Negras, uma das organizações negras de maior relevância e impacto na história dos Estados Unidos da América no século XX.

Raquel Barreto é historiadora pela UFF. Mestre em História Social da Cultura pela PUC-Rio e doutoranda em História pela Universidade Federal Fluminense do Rio de Janeiro. Desenvolveu no seu mestrado um estudo comparado sobre as trajetórias políticas e intelectuais de Angela Y. Davis (1944) e Lélia Gonzalez (1935-1994). No doutorado, pesquisa o Partido dos Panteras Negras (1966-1982) e o seu processo de desagregação.

Inscrições no dia e local da atividade.

Oficina para crianças: Minha Voz tem cor! Oficina de pôster em Offset, com Jonathan Gall

Data: 18, 19, 25 e 26 de março, das 14h às 16h.
Local: Espaço Expositivo (2º andar).

Na oficina, inspirada na exposição “Todo poder ao povo! Emory Douglas e os Panteras Negras”, crianças poderão criar pôsteres utilizando a impressora offset, formando imagens figurativas de alto impacto visual e conceitual, com composição, contraste, misturas de cores e símbolos.

Jonathan Gall é artista e educador. Como artista, trabalha com desenho, colagem e escultura, e participa de exposições e projetos artísticos no Brasil, Argentina, Venezuela e Estados Unidos, desde 1995. É colaborador da YoyoZine, editora independente que produz zines para o público infantil.

20 vagas limitadas. Inscrições no dia e local da atividade.

Literatura e Imprensa Negra (Brasil e Estados Unidos), Marcio Farias e Rafael Domingos Oliveira

Data: 19/03, domingo, das 15h às 18h.
Local: Arquibancada, Espaço Expositivo (2º andar)

As ações políticas do Partido dos Panteras Negras e a luta antirracista no Brasil Contemporâneo deram e dão oportunidade a uma grande variedade de produções no campo artístico e literário. Nessa roda de conversa, os palestrantes abordarão essas produções ao longo do século XX, no Brasil e nos Estados Unidos, destacando as relações entre arte e ação e o papel de uma escrita comprometida com as transformações sociais, que orientam os movimentos sociais contemporâneos.

Marcio Farias possui graduação em Psicologia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (2011). Mestre em Psicologia Social na PUC-SP (2015). Doutorando em Psicologia Social na PUC-SP. Coordenador do Núcleo de Pesquisa e Estudos Afro-Americanos (NEPAFRO).

Rafael Domingos Oliveira é Mestre em História pela UNIFESP. Historiador (bacharel) pela mesma instituição. Atualmente, é coordenador da Associação Cultural de Educadores e Pesquisadores da Universidade de São Paulo (ACEPUSP), onde ministra cursos de extensão na área de História, Arte e Cultura.

Oficina para a produção de cartazes Coletivos, com o Coletivo Ocupeacidade e Joyce Maria Rodrigues,

Data: 21, 22, 23, 28, 29 e 30 de março, das 19h às 22h.
Local: Espaço Expositivo (2º andar)

Nesta oficina os participantes serão convidados a produzir um cartaz coletivamente em offset, experimentando o processo criativo em grupo, a partir da análise das obras de Emory Douglas apresentadas na exposição.

20 vagas. Inscrições na Central de Atendimento. Entrada para associados do Sesc é de R$ 9,00, R$ 15,00 para estudantes e R$ 30,00 para os demais.

Angela Davis e o Feminismo Negro no Brasil, com Gabriela Mendes Chaves e Jaqueline Conceição

Data: 26/03, domingo, das 15h às 18h.
Local: Arquibancada, Espaço Expositivo (2º andar)

Filósofa, ativista, professora e intelectual, seu pensamento foi fundamental para a delimitação do campo do feminismo negro em nosso país. Esse encontro visa apresentar seu pensamento de maneira mais ampla, partindo de categorias da filosofia como liberdade, racionalidade e opressão para, em seguida, realizarmos uma discussão sobre a obra “Mulheres, Raça e Classe”.

Gabriela Mendes Chaves é economista formada pela Pontifícia Universidade Católica é integrante do Nepafro – Núcleo de Pesquisa e Estudos Afro-Americanos. Dedica-se a pesquisas relacionadas à formação do sistema capitalista, economia Brasileira, feminismo negro, dentre outros. Também possui experiência no mercado financeiro e de capitais.

Jaqueline Conceição foi indicada em 2016, como uma das 30 mulheres mais influentes do ano, pela revista Feminista Think Olga, é graduada em Pedagogia (2009) pelo Centro Universitário São Camilo, é Mestre em Educação: História, Política, Sociedade (2014) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Articuladora do Coletivo Di Jejê, pesquisa a luz da Teoria Critica da Sociedade, especialmente as contribuições de Herbert Marcuse, Theodor W. Adorno e Angela Y. Davis.

Restrição de 20 vagas.

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