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Grupo Casas Populares da BR 232 lança clipe sobre vivências de mulheres afro-indígenas

Produção audiovisual teve como cenário um território-quilombo na Zona da Mata de Pernambuco chamado  Sítio Ágatha, espaço "afroecológico" gestado por mulheres negras 

Texto: Redação / Edição: Lenne Ferreira / Imagem: Cauê Santana

Grupo pernambucano lança clipe sobre vivência de mulheres afro-indígenas

16 de abril de 2021

“Os pássaros têm asas porque elas lhe foram passadas por outros pássaros”. O provérbio de origem congolesa anuncia o mote da mais nova produção audiovisual do grupo pernambucano Casas Populares da BR232. ‘Terra preta & Negraíndia’ reúne duas canções da banda em uma única produção audiovisual lançada nesta sexta-feira (16). A proposta artística retrata as lutas e vivências de mulheres negras e indígenas e tem como cenário o território-quilombo de Tracunhaém, no interior de Pernambuco.

A produção é uma parceria entre o grupo, o Centro de Capoeira Luz de Angola e o Sítio Ágatha, que serviu de pano de fundo para a gravação das cenas. O espaço “afroecológico” é gestado por duas mulheres e uma criança negras, Nzinga Cavalcante, Luiza Cavalcante e Ágatha Vitória (todas atuaram como participações especiais no clipe). O ativismo em defesa da agricultura familiar, do direito à terra,  educação e de um feminismo negro. são marcas na trajetória da família e simbolizam as temáticas centrais assim como a festa das mulheres negraíndias com origens ligadas à Zona da Mata do Estado. 

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“Para nós foi muito importante agregar essas mulheres e seus territórios e quilombos de resistência à proposta da banda e às mensagens que o grupo quer passar com  a nossa música”, pontua Naya Lopes que, assina direção e roteiro de“Terra Preta & Negraíndia”. O projeto também contou com os olhares de uma equipe de profissionais, em sua maioria negras e negros atuantes no estado, como a participação do diretor de fotografria Rennan Peixe e da realizadora em animação e efeitos especiais, Biarritizzz. 

WhatsApp Image 2021 04 16 at 15.55.02Música integra o primeiro disco do grupo que tem mais de 15 anos de trajetória
(Imagem: Nino Silva)

Além das performances do grupo, formada por Carol Lopes, Joana Xeba, Josy Caldas, Naya Lopes e Raquel Santana, estão também performances de Ágatha Vitória, Nzinga Cavalcante, Luiza Cavalcante, gestoras do sítio, e Adriana Luz do Nascimento, a Mestra Di, do Centro de Capoeira Luz Di Angola, em Olinda.

A produção é resultado do incentivo do Edital ‘Criação, Fruição e Difusão’ com recursos viabilizados pela Lei de Incentivo à Cultura, Aldir Blanc, através do Governo de Pernambuco. “Terra preta e Negraíndia” pode ser assistido no canal do grupo no YouTube.

Leia também: A tecnologia ancestral a favor da cura’: Luna Vitrolira lança seu 1º álbum visual

Com mais de 15 anos de estrada, o grupo Casas Populares da BR 232 lançou “Negraíndia”, seu primeiro disco, em 2019. Composto por 10 músicas gravadas em estúdio, o álbum teve produção assinada pela cantora Isaar, que também emprestou o timbre de sua voz para a faixa “Terra Preta & Negraíndia”, trilha do videoclipe. Os temas das músicas passeiam por questões como a potência das narrativas das mulheres negras e indígenas dando palco para  histórias que não foram contadas nos livros.

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