Quadrinista Hugo Canuto ultrapassou a meta de arrecadação em campanha de financiamento coletivo e as obras têm sido expostas em países como Estados Unidos e Inglaterra
Texto / Pedro Borges
Imagem / Divulgação/livro
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Xangô, Oxalá, Ògún, Oxóssi, Oxum, Iansã e Yemanjá se transformaram em personagens de História em Quadrinho. A obra “Contos dos Orixás”, do escritor Hugo Canuto, retrata os orixás e as tradições dos povos Yorubás.
As 120 páginas de cada HQ focam na história de um orixá, destacado na capa de cada livro. Em uma das narrativas, o autor detalha o processo de criação do mundo, feito por Oxalá, com a ajuda de Ògún e Oxóssi.
Até a chegada ao produto final, Hugo Canuto teve um processo de dois anos e meio de estudo, junto de religiosos e acadêmicos para construir um material fidedigno às tradições ancestrais africanas.
O escritor também aprendeu a língua Yorubá, para melhor compreender essa cultura e as influências no Brasil. Os Yorubás foram um dos principais grupos sequestrados para as Américas de maneira forçada durante o escravismo. A maior parte do grupo hoje se encontra na Nigéria e outras partes estão no Benin e no Togo.
Para viabilizar o projeto, Hugo organizou uma campanha de financiamento coletivo, em que arrecadou cerca de 700% do esperado, tamanho o sucesso das HQs. Em números absolutos, o número, primeiro estipulado em R$ 20 mil, ultrapassou os R$ 140 mil.
As revistas têm sido distribuídas para alguns educadores, que utilizam os exemplares em formações em Salvador. As obras também foram citadas em artigos, pesquisas e expostas em países como EUA e Inglaterra.