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Ícone do jazz e pop, Quincy Jones moldou música norte-americana e deixa legado de gerações

Produtor responsável por sucessos de Michael Jackson a Aretha Franklin morreu no domingo (3), aos 91 anos
O músico e produtor norte-americano Quincy Jones posa para foto após ser premiado com o "Grande Comandante da Ordem das Artes e das Letras", em 6 de outubro de 2014 no Institut du Monde Arabe (Instituto do Mundo Árabe) em Paris.

Foto: Joel Saget/AFP

4 de novembro de 2024

Quincy Jones, um dos mais influentes produtores e arranjadores da música norte-americana, morreu no domingo (3), aos 91 anos. Conhecido por sua versatilidade e capacidade de unir diferentes vertentes musicais, Jones acumulou ao longo de mais de sete décadas uma obra que cruza gêneros e gerações, colaborando com nomes como Frank Sinatra, Ray Charles, Michael Jackson e Aretha Franklin, em produções inovadoras que vão do jazz ao hip-hop, redefinindo a paisagem da música pop.

Nascido em 14 de março de 1933, em Chicago, Jones viveu uma infância difícil, mas encontrou no piano e na música um novo caminho, uma “outra mãe”, como ele descreveu. Após dar os primeiros passos em Seattle, foi em Nova York que sua carreira decolou, ao lado de nomes como Duke Ellington e Count Basie. Na Europa, estudou com a renomada compositora Nadia Boulanger, consolidando sua técnica e visão musical.

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Jones foi o diretor musical de Dizzy Gillespie e participou de um dos últimos grandes shows de Miles Davis, registrado no álbum ao vivo Miles & Quincy Live at Montreux. Porém, foi sua colaboração com Michael Jackson que consolidou seu nome no panteão do pop.

Jones foi o produtor do álbum Thriller, de Michael Jackson, considerado até hoje o mais vendido da história e que consolidou a sua reputação como um gênio criativo. A parceria com Jackson iniciou-se em The Wiz, filme estrelado por Diana Ross e o então jovem Jackson, onde Jones descobriu o talento que ajudaria a transformar em fenômeno mundial.

Além dos sucessos no pop, Jones foi pioneiro no mercado fonográfico, chegando ao cargo de vice-presidente da Mercury Records em uma época em que os executivos negros eram raros no setor. Essa posição lhe permitiu abrir portas para outros músicos afro-americanos e promover mudanças na indústria. Em paralelo, ele se destacou também em Hollywood, compondo trilhas sonoras icônicas e ampliando a presença da música negra nos grandes estúdios.

Sua célebre Soul Bossa Nova e arranjos como o de Fly Me To The Moon, interpretada por Sinatra, são apenas alguns exemplos de sua versatilidade, que se estendeu até a televisão, onde foi produtor do sucesso dos anos 90 The Fresh Prince of Bel-Air, revelando o talento de Will Smith para o grande público.

Texto com informações da Agence France-Presse.

  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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