A Imperatriz Leopoldinense chega ao Carnaval 2025 com o enredo “Ómi Tútu ao Olúfon – Água fresca para o senhor de Ifón”, que conta a história da ida de Oxalá ao reino de Oyó para visitar Xangô, ambos divindades da Umbanda e do Candomblé. O enredo criado pelo carnavalesco Leandro Vieira retrata, a partir de um Itã, as narrativas da cultura iorubá nas religiões de matriz africana.
Após quase 50 anos, a agremiação retorna na avenida abordando a temática afro-religiosa. Dessa vez, com um desfile ligado a mitologia dos Orixás e que celebra a sabedoria africana através da jornada de Oxalá.
Quer receber nossa newsletter?
Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!
Nesta jornada, o desfile começa com a saída do Orixá do reino de Ifón, onde encontra Exú, o guardião da comunicação. Durante o caminho, enfrenta desafios que destacam os valores de humildade e respeito, até alcançar o destino final: a cerimônia das águas de Oxalá, que marca o encerramento da apresentação.
Em 1979, foi a última vez que a Verde, branco e ouro teve como assunto central a religiosidade, celebrando Oxumaré com o título “Oxumaré, a lenda do Arco-íris”. O samba enredo teve a assinatura de Mários Barcellos e Caetano Costa.
Localizada em Ramos, Zona Norte do Rio de Janeiro, a escola do Grupo Especial é a atual vice-campeã do carnaval carioca, somando ao todo 11 títulos entre os três grupos. O desfile da Imperatriz Leopoldinense será no domingo (2), sendo a segunda escola a se apresentar na Marquês de Sapucaí.
Confira abaixo a letra do enredo:
Vai começar o itan de Oxalá
Segue o cortejo funfun pro senhor de Ifón, Babá
Orinxalá, destina seu caminhar
Ao reino do quarto Alafin de Oyó
Alá, majestoso em branco marfim
Consulta o ifá e assim
No odú, o presságio cruel
Negando a palavra do babalaô
Soberano em seu trono, o senhor
Vê o doce se tornar o fel
Ofereça pra Exú… um ebó pra proteger
Penitência de Exú, não se deixa arrefecer
Ele rompe o silêncio com a sua gargalhada
É cancela fechada, é o fardo de dever
Mas o dono do caminho não abranda
Foi vinho de palma, dendê e carvão
Sabão da costa pra lavar demanda
E a montaria te leva à prisão
O povo adoeceu, tristeza perdurou
Nos sete anos de solidão
Justiça maior é de meu pai Xangô
Traz água fresca pra justiça verdadeira
(Meu pai xangô mora no alto da pedreira)
Preceito nagô a purificar
Desata o nó que ninguém pode amarrar
Transborda axé no Ibá e na quartinha
Pra firmar tem acaça, ebô e ladainha
Oní sáà wúre! Awure awure!
Quem governa esse terreiro ostenta seu adê
Ijexá ao pai de todos os oris
Rufam atabaques da Imperatriz
Com informações da Agência Brasil