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Lia de Itamaracá canta e encanta em celebração virtual

Aos 77 anos, a 'Rainha da Ciranda' sonha em conhecer a África e se prepara para apresentar o ‘Festival O Canto da Sereia’, evento virtual que marca a comemoração atrasada de aniversário da artista-Patrimônio Vivo de Pernambuco; Programação cultural acontece nos próximos dias 13 e 14 no canal oficial da cirandeira 

Texto: Victor Lacerda / Edição: Lenne Ferreira / Imagem: Divulgação

É de mãos dadas que Lia de Itamaracá, que completou 77 anos em janeiro passado sem festa, segue resistindo aos percalços atuais do setor cultural

10 de março de 2021

“Essa ciranda não é minha só, ela é de todos nós”. É de mãos dadas que Lia de Itamaracá, que completou 77 anos em janeiro passado sem festa, segue resistindo aos percalços atuais do setor cultural.  Para quem estava com saudade da rainha das águas do litoral norte de Pernambuco, o ‘Festival O Canto da Sereia’, que será apresentado por ela, marca um momento de celebração pela vida da artista. Idealizado em 2019, o evento tem por objetivo promover a arte popular, a diversidade musical pernambucana e a própria importância da artista para o Estado. Nesta edição, a programação acontece nos próximos dias 13 e 14  e conta com grandes nomes da cultura local.

O cenário pandêmico que se arrasta desde o ano passado, alterou as programações previstas para o evento físico. Primeiro, não foi realizado ainda em janeiro, mês de nascimento de Lia, tendo que ter sido adiado. A segunda alteração é que o evento passa a ser exibido em plataforma on-line, prezando pelo distanciamento social e a redução de riscos à saúde com os profissionais e artistas envolvidos. Previsto para iniciar às 15h, toda a programação estará disponível gratuitamente no canal oficial da artista.

Em entrevista exclusiva para a Alma Preta Jornalismo, a ‘Rainha da Ciranda’ lamenta a falta de comemoração física, mas permanece otimista, mesmo diante do cenário de calamidade da saúde pública. “Em janeiro, falava direto pra Jesus me ajudar, que eu queria continuar. Pensei que nada estava perdido, sempre na esperança e na fé. Para mim, era muito importante dar continuidade ao que eu gosto de fazer, que é trabalhar com a cultura. Isso na idade que estou, com Deus me dando força e saúde para chegar onde cheguei até agora”, conta Lia, que tem quatro álbuns gravados e três biografias lançadas.

A artista, que é Patrimônio Vivo de Pernambuco, já está com saudade dos palcos e do público que a acompanha. “Eu, como sou dos palcos, senti muito e não foi só comigo. Esse vírus mexeu com a cultura toda, nada ele deixa fazer, mas eu tenho certeza que ele vai passar. Tenho que me prevenir, me preparar, sempre procurar ficar em casa, usar máscara e esperar voltar a subir aos palcos. Fiquei abalada, mas consigo viver com minhas economias. E quem não tem?”, reflete a cantora. 

É com essa energia de fortalecimento e expectativa de futuro melhor que Lia participará da transmissão deste fim de semana, chamando apresentações e conversando com quem está em casa. Cenários da Ilha de Itamaracá – conhecida por sua beleza litorânea e por ser a terra originária da artista -, em gravação dirigida pela cineasta Lia Letícia, também serão exibidos. Toda a programação reúne ciranda, mostra de filmes, lançamento de livro, música eletrônica, moda, além de debates sobre diversidade e cultura popular. 

oie xIE7SsSDotNuAos 77 anos, cantora sonha em conhecer a África:  “Vou chegar, chegando!”

Nomes como Maestro Spok, Dona Cila do Coco, Dona Glorinha, Severina e Dulce Baracho, Balé do Maracatu Nação Pernambuco, Grafitagem Cores do Amanhã, Julian Santos e Diva Menner (The Voice Brasil) estarão na programação do festival. Os horários das apresentações e demais atividades estão disponíveis aqui

Questionada sobre o sonho que ainda não realizou na sua carreira ou trajetória pessoal, Lia conta da vontade de visitar o continente africano. “É uma coisa que vem de mim e eu sei que é de lá onde tem as minhas raízes, raízes do meu povo. Por isso, eu gostaria muito que Deus pudesse me concender a ida para lá, continuando forte. Não sei como vai ser quando pisar lá, mas sei de uma coisa. Vou chegar, chegando!”, finaliza aos risos.   

Com a mesma força de ‘abalar as estruturas’ que, para o encerramento, será exibida uma ciranda à beira mar no Centro Cultural Estrela de Lia, ainda fechado por falta de recursos para financiar a obra do espaço. No show gravado para a live, Lia passeia pelos repertórios dos seus últimos trabalhos: Ciranda Sem Fim (2019) e Ciranda de Ritmos (2008). 

Apoio do público 

Como parceiros, a anfitriã conta com nomes importantes para o cenário cultural local e plural, como a ativista LGBTQIA+ e produtora cultural Maria do Céu e o produtor cultural, do ‘Som na Rural’, Roger de Renor, ambos também idealizadores do encontro.  Este último, amigo pessoal da cantora e parceiro em muitas outras empreitadas. 

Para a realização, Lia conseguiu o aporte de R$ 51.300 para o projeto, via Lei Aldir Blanc. Porém, mesmo contando com o incentivo e suporte de parceiros como a Editora Cepe e a Prefeitura de Itamaracá, o valor conseguido não supre o pagamento de toda a equipe de profissionais envolvidos na produção e execução do projeto. Por este motivo, a cirandeira abriu uma campanha em suas redes sociais para receber doações, assim como fez em uma live realizada no ano passado. 

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