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Max B.O. une espírito e histórias em álbum múltiplo e coeso

O jornalista Juca Guimarães escreve sobre o novo trabalho de Max B.O.

30 de agosto de 2019

Por: Juca Guimarães

“Meu avô morreu por liberdade num período doente. Hoje a vaidade te faz se matar para usar as correntes”. O verso é da música Duas vezes, do rapper Max B.O. e está no novo álbum O.M.M.M.. A canção se encaixa como um marco de reflexão e maturidade em um trabalho que reflete com precisão a diversidade, o talento e a sagacidade do músico que é também apresentador de TV, ator, mestre de cerimônia, repórter, empreendedor, ativista e escritor.

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Aos 40 anos de idade e com duas décadas de carreira, Max está no auge da criativade. Não me lembro de nenhum conjunto de canções dentro de um mesmo álbum rap que reunisse tantos elementos autobiográficos embalados em diferentes estilos e vertentes. Cada faixa tem um registro próprio ao mesmo tempo em que se mantém coeso e conectado com o restante da obra.

Este equilíbrio delicado alcançado, com muita paciência e dedicação, pelo rapper Max B.O. em O.M.M.M. remete aos mantras e exercícios de respiração da yoga, que ele pratica há alguns anos e foi fundamental para uma reorganização da carreira e da vida pessoal.

São doze faixas com um time especialíssimo nas participações: Curumin, Rael, Lucio Maia, Zé Nigro, Donatinho, Dada Yute, Robinho Tavares, WC e Salazar, entre outras.

As canções e o clima do álbum traçam um diálogo transversal com a obra do sambista Cartola. O título do disco é pinçado na repetição de letra “M” de “O Mundo é um Moinho”. Em Cama Fria, o rapper canta “Sonhos despedaçam num estalo de dedos e mistérios da vida se transformam em segredos. Seja tarde ou cedo, vai e segue sem medo. A mente persegue, você cria o enredo. Nas ruas se aprende que é necessário encontrar um equilíbrio. É um desafio diário”.

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