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‘MC Kevin foi um exemplo de como o funk oferece perspectiva de vida’, diz dançarina e ativista

O artista morreu no domingo (16) depois de cair do 5º andar do hotel em que estava hospedado no Rio de Janeiro; as circunstâncias da morte são investigadas pela polícia 

Texto: Roberta Camargo | Edição: Nataly Simões | Imagem: Reprodução/Instagram

Mc Kevin, com dreads no cabelo e um fundo verde na foto

17 de maio de 2021

Nascido na Vila Ede, periferia da Zona Norte de São Paulo, MC Kevin era filho da cabeleireira Valquiria Nascimento e foi criado com os outros cinco irmãos. Após a prisão do irmão mais velho, por envolvimento com drogas, Kevin se envolveu com o narcotráfico e saiu do crime para se dedicar à carreira no funk.

“Ele foi um exemplo do que o funk pode oferecer para a juventude uma outra possibilidade e perspectiva de vida”, considera a dançarina Renata Prado, idealizadora da Frente Nacional de Mulheres no Funk.

O artista morreu neste domingo (16), aos 23 anos, após uma queda do quarto onde estava hospedado no Rio de Janeiro. A 16ª DP da Barra da Tijuca abriu um inquérito para apurar o ocorrido. Kevin havia se casado recentemente e deixou uma filha de cinco anos.

Nas redes sociais, amigos e familiares têm prestado homenagens. A mãe, Valquiria, disse em uma publicação no Instagram que sente como se um pedaço dela tivesse sido levado. “Te amo até o último dia da minha vida”, declarou.

“Eu fiquei muito triste porque o Kevin me lembra alguns amigos meus. A gente sente como se fosse uma pessoa muito próxima”, conta o analista de suporte técnico Paulo Matias, que acompanha a carreira do funkeiro desde os lançamentos feitos com a gravadora GR6, ao lado de nomes como Mc Davi, Mc Livinho e DJ Perera, em 2018.

Foi naquele ano que o funkeiro passou a consolidar números de sucesso e saiu da casa onde morava com a família na Vila Ede. Um exemplo do sucesso de MC Kevin pode ser visto no hit “Pra Inveja é Tchau”, que tem mais de 220 milhões de visualizações no YouTube. Em 2021, o MC chegou a marca de 1,8 milhões de ouvintes mensais no Spotify. Em seu lançamento mais recente, Kevin somou 2,2 milhões de visualizações com a canção “Minha última música”, lançada em abril.

Além dos números de sucesso nas plataformas de streaming e das letras que passam pelas experiências na favela e chegam ao funk ostentação, Kevin deixa a sensação de que era um amigo próximo dos fãs. “Ele fazia as maluquices dele e parecia que queria que todo mundo visse”, comenta Paulo, sobre as postagens feitas diariamente nas redes sociais.

“Era um moleque que batalhou, jogava bola, empinava pipa, como qualquer outro moleque de quebrada. Desde o Daleste eu não era pego de surpresa assim”, desabafa o fã.

“Eu acredito que ele é um artista que, assim como grande parte dos MCs que vem da periferia, buscava melhorar. O funk mostra a possibilidade de viver o mundo de uma forma correta, honesta, que nem mesmo o Estado oferece. Seja lá onde ele esteja, a massa funkeira reconhece a história dele como um legado importante e que será sempre lembrado”, conclui Renata.

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