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Mocidade Unida da Mooca vai homenagear Geledés Instituto da Mulher Negra no Carnaval 2026

Escola de samba da zona leste levará para a avenida enredo sobre resistência e protagonismo feminino negro, com criação do carnavalesco Renan Ribeiro
Mocidade Unida da Mooca durante desfile das campeãs do Carnaval de São Paulo 2025.

Mocidade Unida da Mooca durante desfile das campeãs do Carnaval de São Paulo 2025.

— Paulo Pinto/Agência Brasil

1 de maio de 2025

A Mocidade Unida da Mooca (MUM) confirmou que seu enredo para o Carnaval de 2026 será uma homenagem ao Geledés Instituto da Mulher Negra e à força das mulheres negras do Brasil. Com o título “GÈLÈDÉS – Agbara Obinrin”, que em iorubá remete ao poder do feminino, a escola fará sua estreia no Grupo Especial com um desfile que exaltará trajetórias de coragem, saberes ancestrais e resistência social.

A escola, sediada na zona leste de São Paulo, conquistou em 2025 a segunda vaga para o Grupo Especial após alcançar 269,8 pontos com o desfile em homenagem a Ailton Krenak

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Em março, o líder indígena participou do desfile vestindo o fardão da Academia Brasileira de Letras. Essa é a primeira vez que a agremiação obtém acesso à elite do carnaval paulistano desde sua entrada no Grupo de Acesso I, em 2019.

Enredo destaca o legado de Sueli Carneiro

Fundado há 37 anos, o Geledés se consolidou como uma das principais organizações antirracistas e feministas do país. Entre suas fundadoras está Sueli Carneiro, filósofa, escritora e ativista, cuja trajetória será um dos pilares do enredo. 

A agremiação descreve a escolha como uma forma de transformar a luta em samba e dar visibilidade a histórias que moldaram o país fora dos espaços convencionais de poder.

“Vamos homenagear o Instituto Geledés e a potência das mulheres negras brasileiras que movem a história com coragem, sabedoria e resistência”, afirma o texto de apresentação do enredo nas redes sociais da escola.

Segundo a MUM, o desfile trará referências às sociedades secretas africanas, aos terreiros, becos de resistência, salas de aula e espaços de poder ocupados por mulheres negras que “criam, nutrem, ensinam e abrem caminhos”.

O enredo será desenvolvido pelo carnavalesco Renan Ribeiro, com texto de Thayssa Menezes, recém-contratada como enredista. A dupla terá o desafio de traduzir para a avenida o legado político e cultural de uma das maiores referências do pensamento negro no Brasil contemporâneo.

A escola também destacou que o desfile será uma celebração da “força invisível que transforma o mundo” e pretende manter o tom crítico que tem marcado os últimos trabalhos da MUM.

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  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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