A artista Tainha homenageia a força feminina em seu novo mural, “Tupã: Manifestação do Feminino Divino”, que ocupa uma empena em Perus, periferia da Zona Oeste de São Paulo.
Inspirada na mitologia Tupi-Guarani, a obra celebra as mães solo e suas capacidades de resistência e cuidado, oferecendo ao público mais do que um visual: um convite à identificação e acolhimento.
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O projeto nasceu da convivência da artista com mães fortes e do desejo de resgatar aspectos da cultura ancestral brasileira.
“Desde pequena, questionava por que nossas cidades precisavam ser tão cinzas. Quando pintei meu primeiro mural e ouvi de um amigo que ele reconheceu um parente no rosto que fiz, percebi o poder dessa conexão,” comenta Tainha.
Para a artista, transformar uma parede da cidade em um local onde as pessoas possam se reconhecer e encontrar uma parte de sua ancestralidade é uma forma de ressignificar o espaço urbano.
O mural – localizado na Rua Alagoa Nova, número 98 – também reflete o compromisso de Tainha com a sustentabilidade: todas as tintas são ecológicas e à base de água.
“A diferença está nos pequenos gestos, e cada ação, por menor que seja, pode ajudar a preservar o mundo que estamos retratando”, diz a artista.
Tainha participa do projeto Museu de Arte da Rua, que viabiliza a criação de murais em espaços públicos como forma de integração com a comunidade. Segundo ela, “cada mural é uma oportunidade de transformar o dia das pessoas com um sorriso ou uma lembrança”.
Com “Tupã,” a artista espera que quem passar pelo local sinta-se parte de algo maior, refletindo sobre a importância de cuidar uns dos outros e dos espaços que compartilhamos.
Com planos de expandir seu Projeto Retraços, Tainha pretende continuar a contar histórias culturais e conectar-se com o público através da arte urbana.
Em sua trajetória, a artista se dedica a trazer cor e significado ao cotidiano das cidades, usando a arte como uma ponte para a empatia e a celebração cultural.