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‘O Hip-Hop é de onde eu vim e onde quero continuar’, diz Drik Barbosa

Em entrevista à Alma Preta para o Dia Mundial do Hip-Hop, celebrado em 12 de novembro, a rapper conta como a construção coletiva foi determinante em toda sua trajetória
A cantora e rapper Drika Barbosa.

Foto: Reprodução/Instagram/Julio Benedito

12 de novembro de 2024

Adriana Barbosa de Souza é o nome completo da cantora de rap e R&B nacionalmente conhecida como Drik Barbosa. Com uma trajetória artística de quase uma década, a artista é autora de canções que celebram a coletividade, a ancestralidade e a cultura negra.

No último domingo (10), Drik subiu ao palco da 12ª Semana Municipal do Hip-Hop em Bauru, no interior paulista, como uma das principais atrações do encerramento. O evento, apontado pela prefeitura bauruense como a maior festividade gratuita do gênero na América Latina, foi construído e promovido com o apoio dos coletivos e agentes do movimento negro da cidade.

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A organização conjunta em prol da cultura marcou a história da rapper, que, em meados de 2016, também integrou o coletivo Rimas & Melodias ao lado de outras grandes vozes do rap nacional, como Tássia Reis e Karol de Souza.

Em entrevista à Alma Preta, Drik Barbosa diz acreditar que essa coletividade compõe a essência do Hip-Hop e agradeceu a oportunidade de representar a cultura na celebração.

“Acho que isso é muito essencial e nunca se perdeu. Acho que nunca vai se perder. São momentos assim, cantando em eventos voltados para o hip-hop, que me alegram muito. Foi desse lugar que vim e é onde quero continuar”, afirmou.

A participação das mulheres no rap

A cantora refletiu sobre o crescente lugar de destaque que artistas femininas têm conquistado no rap, fato celebrado com energia. “Acho que é um momento muito bonito feminino do hip hop, né? Em todos os seus elementos, vejo uma crescente de big girls, de DJs, de grafiteiras. E isso é muito da luta de cada uma de nós que aí se une em coletivo para poder fazer isso acontecer”, conta.

“Eu estava assistindo o Prêmio Potências e vendo a Duquesa ganhando prêmio, e vendo também a Buda lá no Beat Awards. São as representantes do rap e do trap no Brasil. Isso é algo que eu queria tanto ver e é tão bonito”, completa.

Apesar das novas conquistas, Drik Barbosa pondera sobre a parcela feminina que segue sem acolhimento em espaços dentro do mercado da música e nos espaços culturais, além de indicar que ainda há avanços a serem feitos.

Em suas músicas, a intérprete versa sobre o amor em todos os sentidos. Parte desse sentimento é facilmente percebido quando Drik compartilha sobre sua “comunhão” com outras mulheres do gênero, a quem reverencia sempre que possível. 

“Sempre que eu cito outra mulher e sempre que eu faço colaboração, sempre que convido para participar do meu show, ou que sou convidada, eu acho que é uma forma de celebrar a nossa existência, a nossa resistência. Mas para mim, pessoalmente, é uma forma de agradecimento. Porque foram outras mulheres também que vieram me puxando para que eu esteja aqui agora. E que eu confio no que eu faço e que eu faça isso sabendo que é um propósito maior que eu”, explicou a artista.

Ser uma mulher negra no rap requer responsabilidade, o que é visto com clareza por Drik. Em tempos de aproximação da direita com movimentos musicais negros e periféricos, como tentou o ex-candidato a prefeito de São Paulo Pablo Marçal com o funk, e de despolitização em massa, o peso de representar os ideais do hip-hop pode ser “sufocante”.

“É algo que angustia muito, assistir isso. As pessoas que estão no movimento do hip hop e do funk são pessoas, vivem no Brasil e fazem parte dessa estrutura. São atravessadas por elas. Então, a gente entende de onde vem essas questões, de onde vem essa abertura para essas pautas que não nos beneficiam de forma alguma, mas que as pessoas acabam abraçando por falta de informação. Mas eu acho que a música ainda tem esse poder de informação e eu particularmente me preocupo muito com isso”, destacou.

Para o seu futuro, Drik pretende seguir atuando em novos projetos que beneficiem as pessoas. “O que eu sempre desejei, é que a gente consiga salvar mais pessoas. Que a gente consiga transformar o que tem que ser transformado, principalmente políticas públicas. Enfim, erradicar essas violências que a gente vive, acho que a música, e principalmente o rap, tem muito esse poder”.

  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

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