O personagem Mauro, do longa ‘O Novelo’, interpretado pelo ator Nando Cunha, é alguém muito próximo do cotidiano dos brasileiros. É um irmão mais velho que abriu mão de muitas coisas na vida para cuidar dos irmãos mais novos. O filme, dirigido pela Cláudia Pinheiro, estreou nesta quinta-feira (25) e conta com cinco atores negros como protagonistas.
Com o papel do Mauro, Nando Cunha ganhou o prêmio de melhor ator na última edição do Festival de Cinema de Gramado, o mais importante do país e que o consagra como um ator dramático, apesar de ser bastante conhecido por papéis cômicos na televisão.
Quer receber nossa newsletter?
Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!
No filme, que conta a história de cinco irmãos que buscam um pai, Mauro é a peça-chave no enredo que trata da afetividade masculina.
“Na idade adulta, por volta da década de 1990, eles seguem caminhos diferentes, e Mauro se torna um microempresário incapaz de lidar com seus sentimentos. É uma história linda, de protagonismo negro, onde não se fala de racismo e ninguém pega em arma. São atores simplesmente interpretando seres humanos”, diz Nando Cunha, que já tinha ganho um prêmio de melhor ator no Festival de Gramado pelo curta-metragem ‘Telentrega’, na 45ª edição do festival.
Foi justamente o discurso de recebimento do prêmio pelo curta que abriu as portas para Nando participar do filme ‘O Novelo’. “Eu disse, na época, o quanto é difícil para um ator negro conseguir um papel. Não há espaço para atores negros no cinema, fora aqueles papéis que são para negros. Aquilo chamou a atenção da diretora e o projeto do filme foi então para outra direção”, disse Nando, em entrevista exclusiva para a Alma Preta Jornalismo.
O elenco do filme ‘O Novelo’ tem Sérgio Menezes, Rocco Pitanga, Rogério Brito, Sidney Santiago Kuanza, Isabel Zuaa e André Ramiro. Veja o trailler aqui.
“Fazer esse filme foi uma grande alegria. Foi escrito e dirigido por mulheres para falar do tal universo masculino aprofundando relações fraternais, me senti falando de mim mesma, nascida em uma família grande e cheia de irmãos crescendo ao meu lado. Sei que toda a equipe e elenco também falaram e colocaram muito de si nesse trabalho e o resultado nos enche de orgulho”, disse a diretora Cláudia Pinheiro.
O filme foi produzido por Luciano Reck e Diego Freitas, da Parakino Studio, e ganhou o prêmio de melhor filme, pela escolha do público, no festival de Gramado.