O berço do samba paulista ganhou uma placa em sua homenagem na região do antigo Largo da Banana, na Barra Funda, zona oeste de São Paulo, na quarta-feira (22). O Largo, substituído por um viaduto que liga dois trechos da Avenida Pacaembu, segue presente na memória de quem o conheceu.
O sambista e integrante da velha guarda da escola Camisa Verde e Branco, Mestre Dadinho, foi o escolhido para colocar a placa. Ao Alma Preta, ele afirma que a homenagem é importante para que a juventude conheça a história do Largo da Banana. No início do século 20, a comunidade negra trabalhava na região descarregando mercadorias como banana, arroz e feijão.
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“Após o término das tarefas, a comunidade negra realizava uma roda de samba no Largo. Era uma espécie de concentração da população negra na época em que também haviam encontrados de capoeira. Para nós representa uma homenagem a nossa ancestralidade e ficará marcado onde realmente era o Largo da Banana”, conta.
O primeiro cordão carnavalesco paulista foi fundado por Dionísio Barbosa no Largo da Banana e recebeu o nome de Grupo Carnavalesco Barra Funda, que ao longo da história se desenvolveu e hoje é a escola de samba Camisa Verde e Branco.
De acordo com o livro “Escolas de Samba de São Paulo”, do autor Wilson Rodrigues de Moraes, no início eram 12 sambistas vestidos com uma calça branca, uma camisa verde e um chapéu de palha. Eles tocavam pandeiro e chocalho de madeira.
A Camisa Verde e Branco construiu uma história consagrada no samba paulista com importantes nomes como o da família de Inocêncio Mulata, Dona Sinhá, e compositores como Ideval e Talismã. No Carnaval de 2020, a agremiação luta para subir do Grupo de Acesso para o Grupo Especial com um samba-enredo inspirado no músico Carlinhos Brown.