O podcast afrofuturista “ZUMBIR”, lançado pelo Spotify, promete aos ouvintes uma experiência sonora única que mistura ficção e realidade, ao passo que evoca a ancestralidade e imagina novos futuros para a comunidade negra.
Criado em parceria com a produtora GANDAIA e idealizado por Samara Costa e Julio Angelo, o podcast conta com uma temporada de dez episódios, sendo cinco histórias ficcionais e cinco episódios conversacionais, que expandem e discutem os temas abordados nas ficções. Serão lançados dois episódios semanalmente, às segundas e quintas-feiras, até o dia 12 de dezembro.
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O episódio lançado em 2 de dezembro, chamado “Onde tem preto tem magia”, apresenta a história de Maria, uma feiticeira negra como a noite, que canaliza sua força por meio de magia ancestral. Durante uma noite de samba, Maria é assombrada por Sombra Branca, um fantasma que tenta roubar sua vida para renascer.
Para quebrar a magia que a ameaça, ela precisa evocar Nganga, um feiticeiro já falecido, mas sua ajuda vem com uma condição: Maria deve recuperar o coração perdido desse ancestral. O episódio conta com Dani Câmara, Digão Ribeiro, Pedro Lima e Livia Laso.
A co-criadora e diretora criativa Samara Costa explica que neste projeto optou por cruzar ficção e realidade porque essas duas faces já traduzem o que é ser negro.
“Kenia Freitas diz que pessoas negras vivem em uma ficção absurda do cotidiano. Sendo assim, cruzar ficção e realidade surgiu como uma possibilidade de instigar o ouvinte a questionar a realidade que vive, porque uma espelha a outra”, ela reflete.
Cada episódio ficcional de “ZUMBIR” conta uma história única, ambientada em tempos e espaços diferentes. Os temas centrais giram em torno da construção e preservação de memórias, utilizando a musicalidade urbana afrodiaspórica como fio condutor.
A sonoridade dos episódios é um destaque à parte, com trilhas originais que exploram ritmos como funk, hip-hop, samba, house e sons afro-latino-caribenhos.
Samara destaca que desenvolver histórias onde a audiência não tem uma referência imagética faz com que o trabalho entre roteiro, atuação e edição sejam redobrados.
“Em ZUMBIR, tudo foi pensado nos mínimos detalhes, desde o som do salto de uma personagem até o canto específico de pássaros que compõem a paisagem sonora. O objetivo era criar uma relação íntima com o ouvinte, como se ele estivesse atrás da porta escutando tudo, num segredo contado ao pé do ouvido.”
Já o episódio conversacional, chamado de “LADO_B”, aprofunda-se nas questões levantadas pelas histórias de ficção.
Samara espera que “ZUMBIR” inspire cada ouvinte a refletir sobre suas próprias histórias e possibilidades. “Desejo que ao escutar cada episódio os ouvintes se sintam instigados a repensar sobre as histórias que contaram sobre nossos corpos negros e que de alguma forma, durante esse processo de colonização, acreditamos. Que se sintam estimulados a criar novas histórias sobre sua própria vida. Afrofuturismo não é só um conceito artístico, é uma filosofia”, ela conclui.