O documentário “Rio, Negro”, da produtora audiovisual independente Quiprocó Filmes, é um dos indicados na categoria “Melhor Documentário sobre a Diáspora”, no Africa Movie Academy Awards, prêmio anual da Academia Africana de Cinema, considerada a primeira e mais prestigiada premiação do setor no continente africano. O anúncio dos vencedores será no dia 29 de outubro.
Trazendo uma perspectiva afrocentrada, o longa aborda como a contribuição de pessoas negras de origem africana influenciou os processos sociais, políticos e as transformações que ocorreram entre a segunda metade do século XIX e o início do século XX no Rio de Janeiro.
Quer receber nossa newsletter?
Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!
Por meio de imagens históricas e entrevistas com personalidades cariocas, o documentário revela o protagonismo individual e coletivo da população negra e narra como a perseguição institucional, que culminou na transferência da capital para Brasília, foi uma estratégia de apagamento desta população.
Para transmitir a história com os diferentes elementos da cultura brasileira, o longa contou com depoimentos de importantes ativistas do movimento negro, artistas, arquitetos e outros pensadores do Rio de Janeiro, como o ator Haroldo Costa, o escritor Luiz Antonio Simas, a vereadora Tainá de Paula, o carnavalesco Leandro Vieira, o ritmista Eryck Quirino, a atriz Juliana França, a ialorixá Mãe Meninazinha de Oxum, a historiadora Ynaê Lopes, entre outros.
Compartilhando os créditos de roteiro e direção do documentário com Gabriel Barbosa, o diretor-executivo da Quiprocó Filmes, Fernando Sousa, celebrou a indicação com entusiasmo ao ressaltar a importância da obra circular por diferentes países do continente africano.
“A arte e a produção cinematográfica são ferramentas que podem contribuir para o fortalecimento dos laços entre o Brasil e a África. ‘Rio, Negro’ é um filme em que contamos parte da influência da história e a cultura africana no Brasil. Estamos buscando meios de viabilizar a nossa presença na premiação, já que temos uma fragilidade muito grande do poder público para apoiar esse tipo de intercâmbio”, disse Sousa em nota à imprensa.