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No ano que completaria 100 anos, Ruth de Souza ganha biografia

Atriz  Ruth de Souza, que nasceu em 1921, foi pioneira e grande estrela da dramaturgia brasileira; ela fez sucesso no teatro, cinema e nas novelas da televisão

Texto: Juca Guimarães I Edição: Nadine Nascimento I Imagem: arquivo Funarte

Ruth de Souza, atriz, é tema de biografia

20 de agosto de 2021

Durante cinco anos, desde 2016, o jornalista Ygor Kassab, se dedicou a buscar os detalhes e as conquistas da vida da atriz Ruth de Souza, que ele conheceu pessoalmente quando ainda era estudante de comunicação. A pesquisa resultou no livro ‘Ruth de Souza: A Menina dos Vagalumes – 100 Anos de História’, da editora Giostri, que será lançado neste sábado, dia 21 de agosto.

Ruth de Souza, morreu em julho de 2019, aos 98 anos de idade, sendo 74 deles dedicados exclusivamente às artes, ao pioneirismo e à luta antirracista.

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“Sempre com uma generosidade e elegância, Dona Ruth tinha um talento enorme. Ela mexe com nossa autoestima, uma mulher guerreira que faz com que possamos acreditar em nossos sonhos e em nossas vontades de mudança estrutural, política e cultural”, diz o autor Ygor Kassab, de 24 anos.

A atriz foi uma das principais integrantes do TEN (Teatro Experimental do Negro) na cidade do Rio de Janeiro, onde Ruth nasceu em maio de 1921. O TEN foicriado pelo intelectual e ativista negro Abdias do Nascimento e, entre os anos 40 e 60, foi um marco na história da dramaturgia negra brasileira.

“Depois ela veio para São Paulo e fez grandes peças no Teatro Bela Vista, como ‘Vestido de Noiva’ (1958), ‘Oração para uma negra’ (1959), que foi sua primeira protagonista na carreira teatral e no teatro profissional. E depois mais uma protagonista em ‘Quarto de Despejo’ (1961), vivendo o papel da escritora Carolina Maria de Jesus”, descreve Kassab.

Ruth de Souza fez história também nas novelas da Rede Globo. As principais obras dela na TV foram ‘A Cabana do Pai Tomás’ (1969), ‘Verão Vermelho’ (1969), ‘Os Ossos do Barão’ (1973), ‘O bem-amado’ (1973), ‘Duas Vidas’ (1976), ‘Corpo a Corpo’ (1984), ‘Sinhá Moça’ (1986) e ‘O Clone’ (2001).

Além de uma longa pesquisa em documentos, artigos de jornais e revistas e entrevistas de Ruth de Souza, Ygor também conversou com mais de duas dezenas de artistas e pessoas ligadas à cultura que conheceram e conviveram com a atriz. Entre as personalidades que deram depoimentos exclusivos para o livro estão Haroldo Costa, Léa Garcia, Isabel Fillardis, Renata Sorrah, Ignácio de Loyola Brandão, Emanoel Araújo, Zezé Motta e Osmar Prado.

“Ela foi a primeira atriz negra a fazer uma peça no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, em 1945. Antes disso, muitos atores brancos se pintavam de preto, no chamado blackface, para interpretar os personagens negros. Depois, em 1951, ela participa de um teleteatro na recém inaugurada TV Tupi, em São Paulo, só com atores negros. Isso foi um marco, primeiro elenco somente negro na TV. Em 1953, ela é indicada ao prêmio de melhor atriz no Festival de Veneza, sendo a primeira brasileira a ser indicada internacionalmente”, afirma o escritor.

Ygor tem mais projetos relacionados à magistral carreira de Ruth de Souza. Após o lançamento do livro, ele pretende organizar uma exposição e tem planos de fazer também um documentário. Este ano, comemora-se o centenário de nascimento da atriz.

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