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Samba enredo da Mangueira homenageará Marielle Franco no carnaval de 2019

15 de outubro de 2018

Música faz uma crítica à história oficial do país, que apaga a resistência negra e exalta figuras marcadas pela repressão

Texto / Pedro Borges
Imagem / Fábio Motta/Estadão

A Estação Primeira de Mangueira, tradicional escola de samba carioca, escolheu o samba enredo de 2019 no dia 13 de outubro, sábado. Com o nome “História pra ninar gente grande”, a música faz uma homenagem à ex-vereadora Marielle Franco, assassinada em 14 de março de 2018, junto do motorista Anderson Gomes.

De autoria de Deivid Domênico, Tomaz Miranda, Mama, Márcio Bola, Ronie Oliveira e Danilo Firmino, o samba aponta para o apagamento da luta e da resistência negra, e da narração de uma história oficial que exalta heróis marcados pela repressão.

“Levando em conta apenas pouco mais de 500 anos, a narrativa tradicional escolheu seus heróis, selecionou os feitos bravios, ergueu monumentos, batizou ruas e avenidas, e assim, entre o ‘quem ganhou e quem perdeu’, ficamos com quem ‘ganhou’. Índios, negros, mulatos e pobres não viraram estátua. Seus nomes não estão nas provas escolares. Não são opções para marcar ‘x’ nas questões de múltiplas escolhas”, diz o texto descritivo sobre a música.

No samba enredo, um trecho anuncia ao Brasil de que “chegou a vez de ouvir as Marias, Mahins, Marielles, Malês”. Nas redes sociais, Tomas Miranda, um dos autores da música, exaltou a vereadora e afirmou que a homenagem faz parte de um processo de resistência que se aproxima, com o avanço do conservadorismo.

“Fomos campeões na Mangueira. Pela memória de Marielle e por toda luta que está por vir. Muito obrigado a todo mundo que se encontrou com a gente na luta por esse samba”, disse.

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