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Samba-enredo da Mangueira resgata história negra e exalta Dandara e Leci

27 de fevereiro de 2019

Escola fará desfile na segunda-feira (4), no Sambódromo da Marquês de Sapucaí, no Rio de Janeiro

Texto / Simone Freire
Imagem / Reprodução

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Uma das mais tradicionais escolas de samba do Rio de Janeiro, a Mangueira, mais uma vez, leva ao Sambódromo da Marquês de Sapucaí um samba-enredo focado no resgate da história negra brasileira.

Neste ano, a música “História para ninar gente grande”, do carnavalesco Leandro Vieira, faz menção à “história que a história não conta”, de um país que “não está no retrato”, mas tem “sangue retinto pisado”.

A letra carnavalesca também critica o que os livros oficiais consideram ser o início da história brasileira. “Desde 1500 tem mais invasão do que descobrimento”, diz a letra.

Com menção aos “heróis dos barracões” como Leci Brandão e Jamelão, o samba-enredo também exalta o legado deixado por Marielle Franco, ex-vereadora do Rio de Janeiro, assassinada em 14 de março de 2018: “Brasil, chegou a vez / De ouvir as Marias, Mahins, Marielles, malês”

A composição do samba enredo é de Deivid Domênico, Tomaz Miranda, Mamá, Márcio Bola, Ronie Oliveira e Danilo Firmino.

Confira na íntegra: 

Mangueira, tira a poeira dos porões

Ô, abre alas pros teus heróis de barracões
Dos Brasis que se faz um país de Lecis, jamelões
São verde e rosa, as multidões
Mangueira, tira a poeira dos porões
Ô, abre alas pros teus heróis de barracões
Dos Brasis que se faz um país de Lecis, jamelões
São verde e rosa, as multidões
Brasil, meu nego
Deixa eu te contar
A história que a história não conta
O avesso do mesmo lugar
Na luta é que a gente se encontra
Brasil, meu dengo
A Mangueira chegou
Com versos que o livro apagou
Desde 1500 tem mais invasão do que descobrimento
Tem sangue retinto pisado
Atrás do herói emoldurado
Mulheres, tamoios, mulatos
Eu quero um país que não está no retrato
Brasil, o teu nome é Dandara
E a tua cara é de cariri
Não veio do céu
Nem das mãos de Isabel
A liberdade é um dragão no mar de Aracati
Salve os caboclos de julho
Quem foi de aço nos anos de chumbo
Brasil, chegou a vez
De ouvir as Marias, Mahins, Marielles, malês

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