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SP: MASP abre exposição com bordados de mulheres atingidas por barragens

Mostra apresenta 34 arpilleras produzidas pelo Coletivo Nacional de Mulheres do MAB e denuncia violações de direitos humanos e socioambientais
Um dos bordados intitulado "Mulheres Atingidas da região de Itaituba, Pará", do Acervo do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).

Um dos bordados intitulado "Mulheres Atingidas da região de Itaituba, Pará", do Acervo do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).

— Filipe Berndt/Divulgação

11 de abril de 2025

O Museu de Arte de São Paulo (MASP) inaugura, no dia 11 de abril, a exposição “Mulheres Atingidas por Barragens: bordando direitos”. A mostra de bordados reúne 34 arpilleras produzidas pelo Coletivo Nacional de Mulheres do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), confeccionadas por mulheres de várias regiões do país durante rodas de bordado.

As arpilleras são composições de retalhos bordados sobre juta. A técnica, originada no Chile nos anos 1960, tornou-se símbolo da resistência feminina durante a ditadura de Augusto Pinochet. As obras retratam os impactos sociais e ambientais provocados pela construção, operação e rompimento de barragens.

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No Brasil, o MAB adotou as arpilleras a partir de 2013 como instrumento de denúncia de violações como violência doméstica, ruptura de vínculos comunitários, falta de acesso à água e energia e prejuízos à pesca e à subsistência familiar.

Curadoria e contexto das obras

Com curadoria de Glaucea Helena de Britto e Isabella Rjeille, do MASP, a exposição apresenta peças produzidas entre 2014 e 2024. Cada arpillera é acompanhada de uma carta escrita pelas autoras, guardada no verso da obra, reforçando o caráter coletivo e de organização popular do trabalho.

“A arpillera não é apenas arte decorativa. É um testemunho político da luta das mulheres por direitos e sonhos”, afirma Daiane Höhn, militante do MAB.

O Coletivo Nacional de Mulheres do MAB organiza ações para fortalecer a participação política das atingidas por barragens. Suas oficinas de bordado geram registros visuais das violências sofridas e constroem redes de solidariedade. O grupo também articula mulheres afetadas por desastres climáticos, reconhecendo impactos semelhantes nos territórios e nos direitos das comunidades.

A exposição integra a programação do MASP para 2025 dedicada às Histórias da Ecologia e reforça a atuação das mulheres na denúncia de injustiças socioambientais.

A mostra também contará com a publicação de um catálogo bilíngue com imagens das obras, textos críticos e entrevistas com integrantes do coletivo. A obra reúne 47 arpilleras e reflexões sobre as formas de resistência das mulheres atingidas.

As inscrições estão disponíveis no site oficial do MASP.

Serviço

Exposição – Mulheres Atingidas por Barragens: bordando direitos

Quando: 11 de abril a 3 de agosto de 2025

Horário: consultar a programação

Onde: Edifício Lina Bo Bardi, MASP – Avenida Paulista, 1578 – São Paulo (SP)

Ingressos: R$ 75 (inteira), R$ 37 (meia); Entrada gratuita às terças.

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  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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