Uma imersão na arte da porta-bandeira. Essa é a proposta da oficina de bailado que Squel Jorgea, uma das porta-bandeiras mais festejadas do Carnaval carioca, vai ministrar em dez localidades do estado do Rio de Janeiro entre maio e agosto, com entrada gratuita.
Nos encontros, Squel vai dividir com as participantes sua experiência de mais de 30 anos na dança de cortejo. Serão apresentados conhecimentos teóricos sobre a origem e história do Carnaval e da representatividade da porta-bandeira, práticas da dança em casal, a gestualidade, utilização de adereços e indumentárias, além do comportamento em quadra e na avenida. Em cada encontro, Squel estará acompanhada do mestre-sala Vinicius Jesus.
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A oficina é voltada para mulheres a partir dos 14 anos, sejam elas cis ou trans, pessoas com deficiência, moradoras de periferias, comunidades ou em vulnerabilidade social. O único pré-requisito é que as participantes tenham alguma experiência com dança. As inscrições podem ser feitas pelo formulário. Cada local terá duas turmas, de manhã e à tarde, com 30 vagas em cada.
Duas vezes campeã do Carnaval carioca pela Estação Primeira de Mangueira, Squel também é vencedora de dois Estandartes de Ouro e atualmente defende a Portela. Desde que começou no Carnaval, há mais de 30 anos, conta que muita coisa mudou, principalmente o que se refere à profissionalização e à visibilidade das figuras da porta-bandeira e do mestre sala.
“Antigamente, não tínhamos uma preparação física adequada. Muitas vezes, as fantasias são pesadas e precisamos transmitir graça e leveza, sempre com um sorriso no rosto. Para que estejamos aptos a desempenhar nosso papel, hoje em dia contamos com uma equipe multidisciplinar com personal trainer, nutricionista e médicos. O preparo físico é fundamental”, conta Squel, que ganhará um documentário sobre sua trajetória. O filme “Squel Memórias de uma porta-bandeira”, com direção de Celina Torrealba, está em fase de produção.
Squel define o papel da porta-bandeira como representante da escola de samba e da comunidade, que carrega todo o símbolo, nome e cores da agremiação ao conduzir o pavilhão. “É uma função de enorme responsabilidade. O casal de porta-bandeira e mestre sala é anfitrião da escola de samba e da comunidade. Somos muito ativos, sempre transitando no coletivo e no cotidiano das pessoas. Temos uma importância que não é apenas artística, mas também social”, completa.
Agenda
24 de maio – Japeri (Academia da Saúde)
7 de junho – Mesquita (Casa da Juventude)
14 de junho – Tijuca (Centro Coreográfico da Cidade do Rio de Janeiro)
21 de junho – Maricá (Casa de Cultura de Maricá)
28 de junho – Niterói (Quadra da Unidos de Cubango)
5 de julho – São Gonçalo (Clube da Terceira Idade – Amor e Fraternidade)
19 de julho – Belford Roxo (Instituto Cidadania Plena)
26 de julho – Gamboa (MUHCAB – Museu da História e da Cultura afro-brasileira)
2 de agosto – Itaboraí (CIEP Manilha)
9 de agosto – Madureira (Quadra da Portela)