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Xênia França estreia carreira solo com clipe em homenagem às mulheres negras

14 de julho de 2016

Texto: Aline Ramos / Foto: Coletivo336 / Edição de Imagem: Pedro Borges

Primeiro single da cantora, “Breu” tem produção exclusiva do Coletivo336

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Consagrada como a voz feminina da banda paulistana Aláfia, Xênia França inaugura nova fase de sua carreira em música que coloca a mulher negra como protagonista. Para celebrar sua etapa solo, a cantora lança o clipe do single “Breu”, canção integrante de EP a ser lançado ainda neste ano.

Produzido em parceria com o Coletivo336, o vídeo compõe o segundo episódio do programa “O Canto”, série que apresenta faixas inéditas sobre o universo feminino interpretadas por diferentes convidadas. 

Composta por Lucas Cirillo, “Breu” trata de importantes questões políticas e debate temas urgentes como o racismo institucionalizado no Brasil. A faixa também é um manifesto contra a desvalorização e a hipersexualização do corpo negro, principalmente o feminino. “Essa música me ajuda a estabelecer uma relação de empatia, me colocando no lugar de diferentes mulheres negras”, revela Xênia França.

A figura de Cláudia Santos foi uma das inspirações para “Breu”. Assassinada pela Polícia Militar do Rio de Janeiro em 2014, a mulher é uma das homenageadas pela canção. “Quando decidi gravar meu primeiro single, Cláudia não saía da minha cabeça, estava falando muito comigo e com o momento em que estamos vivendo”, explica a cantora.

O videoclipe é dirigido por Gabi Jacob e conta com a participação de mulheres que são referências em diversas áreas da cultura negra. “Convidei amigas que me inspiram e sabem o que é ser uma mulher negra em nossa sociedade”, revela.

“Breu” representa o pontapé inicial de Xênia França em seu trabalho solo. A cantora encara a música lançada como o começo de uma série de transformações e desconstruções. Sua intenção é usar a consciência para abandonar coisas aprendidas de forma errada durante toda a vida. “Esse me pareceu um bom tema para começar uma carreira solo. Quis me olhar nesse espelho, com essas reflexões sobre quem eu sou e a minha condição de mulher preta”, finaliza.

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