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Apenas 40% dos policiais acreditam no sistema eleitoral brasileiro

Pesquisa publicada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública ouviu policiais de diferentes categorias e estados do Brasil; especialista acredita que os resultados foram melhores do que o esperado

Policiais compõem um grupo ligado a Bolsonaro

Foto: Imagem: Divulgação/Polícia Militar do Estado de São Paulo.

27 de agosto de 2022

Pesquisa apresentada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) mostra que apenas 39,6% dos policiais entrevistados concordam que o sistema eleitoral do Brasil garante que os resultados reflitam a vontade do povo.  

Os dados ainda apontam que 27,3% dos policiais concordam em partes com os resultados, 9,9% discorda em partes, 10,1% discorda e 10,8% discorda totalmente. 

Coordenador de Projetos do FBSP e integrante do estudo, David Marques sinaliza a necessidade de atenção para com o setor de segurança pública, mas aponta um otimismo com os dados. “Eu esperaria um apoio maior. A pesquisa traz que esse apoio não é tão grande assim. Existe uma diferença entre ser conservador e apoiar golpe. A gente fica um pouco mais amenizado com esses resultados. Tem um setor conservador, mas que não é golpista”.

O Fórum questionou os policiais sobre segurança privada e o armamento da população. De acordo com o levantamento, 27,6% concordam com a frase de que “A sociedade brasileira seria mais segura se as pessoas andassem armadas para se proteger da violência”. Por outro lado, 30,5% discordam e 33,3% concordam em parte. Para David Marques, esse número reflete as ideias do atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), sobre o tema.

Há um otimismo por parte dos especialistas sobre o eco positivo dos policiais acerca da afirmação de que o vencedor das eleições deverá ser empossado no dia 1 de janeiro de 2023. O levantamento sinaliza que 80,9% dos profissionais de segurança concordam com esse pressuposto da democracia brasileira. 

“Embora existam possibilidades de movimentos de ruptura, a pesquisa mostra que essa não é a maioria dos policiais. Institucionalmente também não acho que essa ideia se reverbera. Na polícia militar, onde há uma hierarquia mais rígida, não acho que o posicionamento de indivíduos ou grupos se torne algo institucional”, explica.

A pesquisa ouviu 5.058 profissionais de segurança pública, com uma maioria de trabalhadores entre 30 e 55 anos (85,6%), homens (83,5%) e negros (53,6%). O questionário tem 56 perguntas e as respostas vieram a partir dos associados do FBSP, da divulgação em redes sociais e do diálogo com as corporações em todo o Brasil, para que os profissionais da área respondessem aos questionamentos.

O FBSP sinaliza os limites da pesquisa, como não representativa do “universo dos policiais brasileiros”. David Marques indica que o estudo é o melhor que uma organização da sociedade civil pode fazer e defende o material como importante balizador da realidade.

“A gente fez a melhor pesquisa. Não é uma pesquisa de análise probabilística ou amostragem. É o melhor que poderia ser feito, que não fosse o Ministério da Justiça. A composição da amostra representa a grandeza de cada corporação e não foi preciso fazer contrapontos. É a melhor informação possível que a gente pode ter sobre os policiais”.

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