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Áurea Carolina: mulher, negra e quarta candidata mais votada em Minas Gerais

1 de novembro de 2018

Resultado foi confirmado pelo Tribunal Superior Eleitoral ao final da apuração

Texto / Simone Freire e Aline Bernardes

Imagem / Reprodução

Quarta deputada federal mais votada pelo estado de Minas Gerais, Áurea Carolina (34), repete o bom resultado de eleições passadas. Candidata pelo PSOL (Partido Socialismo e Liberdade), Áurea recebeu mais de 159 mil votos nas eleições deste domingo (7).

Mulher negra, feminista e ex-cantora de rap foi a candidata eleita mais votada para o cargo de verea

dora em 2016 para a Câmara Municipal de Belo Horizonte – obteve, na época, 17.420 votos. Na ocasião, ela também alcançou a maior votação na Câmara das últimas três eleições.

Em sua atuação política tem atuado na defesa de pautas referentes a população negra.

Perfil

Nascida em Tucuruí (PA), em 1983, Áurea Carolina de Freitas cresceu e se formou em BH. Cientista social, especialista em Gênero e Igualdade e mestre em Ciência Política começou sua trajetória de mobilização social  nas ruas, em diálogo com o movimento hip hop e com diferentes iniciativas populares de promoção dos direitos humanos.

Foi subsecretária de Políticas para as Mulheres de Minas Gerais e é uma das fundadoras do Fórum das Juventudes da Grande BH, uma rede de grupos, movimentos, entidades e ativistas autônomos que desenvolvem trabalhos com jovens, com ações de mobilização, formação, comunicação e incidência política voltadas à defesa dos direitos juvenis e à construção de políticas públicas de juventude inclusivas e democráticas.  

Atualmente, participa do movimento Muitas pela Cidade que Queremos, que desde 2015 acredita em uma nova forma de fazer política. São pessoas oriundas de coletivos que se unem para ocupar os espaços institucionais. Entre as principais pautas estão o direito à moradia, legalização das drogas e uma segurança cidadã e por justiça social.

Seu mandato na Câmara fortaleceu a luta por direitos de grupos identitários – mulheres, negros e negras. Entre suas bandeiras estão a plena efetivação do direito à ocupação do espaço público e o fomento à participação popular na política.

Campanha

Áurea Carolina afirma que suas propostas perpassam pela economia, segurança pública e representatividade. As duas campanhas de Áurea – tanto em 2016, quando foi a vereadora mais votada de BH, quanto a deste ano – foram feitas de forma coletiva, ao lado das “Muitas”.

Em ambas as ocasiões, 12 candidaturas diversas se reuniram com a lógica “votou em uma, votou em todas”. Áurea conta ao Alma Preta que sua campanha foi construída com poucos recursos, mas com muito engajamento voluntário e com um alcance expressivo. “Eu tive uma votação que ultrapassou políticos tradicionais que gastaram uma fortuna”, diz.

Ela acredita que, para o momento, é importante priorizar agendas de conscientização.

“Nossa principal prioridade é enfrentar o fascismo e essa onda conservadora. É ocupar o sistema político que só faz sentido se for sustentada na construção diária das nossas lutas”, ressalta.

Reeleição e resistência

No dia da eleição, Áurea fez uma programação com suas parceiras que começou no seu bairro e depois passou por várias sessões até chegar em Ribeirão das Neves. “Foi um dia de se apoiar, de continuar nos fortalecendo na caminhada”, diz.

Para ela, estar em um espaço branco e majoritariamente masculino é resistir o tempo todo, mas também ver a miséria de postura dos seus colegas de profissão. “A maioria dos colegas tem uma conduta violenta e de suposta superioridade”, diz. Se por um lado ela diz sofrer essa violência sistemática, por outro sente uma a precariedade subjetiva e intelectual desses políticos.

Por isso ela afirma que a construção busca uma integridade entre postura, ação política, pensamento, coisa que, em geral, o universo branco, heteronormativo não busca.

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