Na segunda-feira (25), deputadas federais demonstraram apoio à primeira greve de trabalhadores contra a escala de trabalho 6×1, deflagrada no último final de semana em duas fábricas brasileiras da multinacional Pepsico, localizadas na capital e no interior paulista.
O conglomerado estadunidense é responsável por grandes marcas como Quaker, Toddy, Pepsi e Elma Chips, e mantém no Brasil uma de suas principais operações internacionais. Entre julho e setembro de 2023, estima-se que a empresa obteve cerca de US$ 23,4 bilhões de receitas e US$ 3 bilhões de lucro líquido.
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Segundo a nota oficial do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Laticínios e Alimentação de São Paulo (Stilasp), os servidores das unidades de Itaquera e Sorocaba se opõem a “tentativa arbitrária” de implementação de uma jornada 6×1, com seis dias de trabalho consecutivo para um de descanso, e 6×2, com dois dias de folga para seis dias trabalhados.
A entidade ainda informou que todas as tentativas de negociação de uma contraproposta menos prejudicial aos servidores foram frustradas, tendo a empresa ignorado as demandas apresentadas antes da greve.
Apoio de parlamentares
Em nota publicada no X (antigo Twitter), a deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) demonstrou apoio à mobilização dos trabalhadores. A parlamentar, que é uma das principais articuladoras da PEC que visa reduzir a jornada nacional, comparou a carga horária que a multinacional oferece aos servidores de unidades da empresa em países europeus.
✊🏽 FIM DA ESCALA 6X1
— ERIKA HILTON (@ErikakHilton) November 25, 2024
Declaro meu apoio aos trabalhadores das plantas da PepsiCo no Itaquera e em Sorocaba, em GREVE contra a proposta apresentada pela empresa de escala 6×1.
A empresa recebeu mais de R$45 milhões dos nossos impostos em benefícios fiscais só até Agosto e lucrou…
A deputada federal Sâmia Bonfim (PSOL-SP) também demonstrou suporte à mobilização.
FIM DA ESCALA 6X1
— Sâmia Bomfim (@samiabomfim) November 25, 2024
Trabalhadores da PepsiCo, multinacional bilionária dona da Pepsi, Elma Chips e Quaker, entraram em greve em Itaquera e Sorocaba pelo fim das escalas abusivas. A diretoria se recusa a dialogar com trabalhadores, que agora mostram sua força coletiva! Todo apoio! pic.twitter.com/0zygZJG8NX
Para Fernanda Melchionna (PSOL-RS), a resistência dos servidores é um exemplo da luta por direitos trabalhistas.
Todo apoio à mobilização dos trabalhadores da @PepsiCoBrasil que tiveram coragem e determinação demonstradas ao deflagrar a greve em busca de melhores condições de trabalho e pelo fim das exaustivas escalas 6×1 e 6×2.
— Fernanda Melchionna (@fernandapsol) November 25, 2024
A resistência frente à postura intransigente da empresa que… pic.twitter.com/uPX6XeyskZ
Luana Alves (PSOL-SP), vereadora da cidade de São Paulo, também se manifestou a favor das reivindicações do Sindicato.
Os trabalhadores da PepsiCo, em Itaquera e Sorocaba, estão em GREVE pelo FIM DA ESCALA 6X1. A transnacional estadunidense, dona de marcas como Pepsi, Elma Chips, Gatorade e Toddy, se RECUSA a negociar.
— Luana Alves (@luanapsol) November 26, 2024
Todo apoio aos trabalhadores da PepsiCo. Fim da escala 6×1, já! pic.twitter.com/NUHInLkmZf
Audiência pública sobre a escala 6×1
No dia 4 de dezembro, ocorrerá na Câmara dos Deputados a primeira audiência pública sobre a proposta de encerramento da escala 6×1. A informação foi divulgada pela deputada federal Erika Hilton nas redes sociais.
A audiência será realizada com a presença de representantes da classe trabalhadora e do vereador eleito no Rio de Janeiro, Rick Azevedo, criador do movimento Vida Além do Trabalho (VAT).