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Coletiva ocupa viaduto em São Paulo para combater lesbofobia e exigir ‘vida digna’ no Brasil

Fontes ligadas à organização ressaltaram à Alma Preta a importância de lutar para exigir justiça e promover a memória lésbica
Integrantes da Coletiva da Visibilidade Lésbica de SP estenderam as bandeiras da resistência lésbica no Viaduto Martinho Prado, em São Paulo.

Integrantes da Coletiva da Visibilidade Lésbica de SP estenderam as bandeiras da resistência lésbica no Viaduto Martinho Prado, em São Paulo.

— Coletiva da Visibilidade Lésbica de SP

29 de agosto de 2024

Integrantes da Coletiva da Visibilidade Lésbica de SP estenderam, nesta quinta-feira (29), as bandeiras da resistência lésbica pelo fim do lesbocídio, no Viaduto Martinho Prado, localizado no bairro da República, em São Paulo. A ação acontece no Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, celebrado em 29 de agosto. 

O coletivo enxerga a data como um momento de celebrar e reforçar a luta por igualdade, direitos e inclusão. Além disso, o dia também é dedicado a discutir políticas públicas de combate à lesbofobia e dar visibilidade à comunidade lésbica no Brasil.

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Para a comunidade lésbica, o mês voltado à inclusão e visibilidade do tema é essencial para reforçar a importância de combater a lesbofobia e o apagamento da sexualidade feminina.

“A fúria lésbica tem tomado o país, não nos conformaremos com lesbocídio. Vamos às ruas e no parlamento lutar por políticas públicas que possam nos garantir vida digna. Sapatão quer acesso à educação, trabalho, moradia e lazer”, ressaltou à Alma Preta Débora Dias, co-vereadora da Mandata Coletiva Quilombo Periférico e integrante da Coletiva da Visibilidade Lésbica de SP. 

Agosto reúne datas de luta e visibilidade lésbica

No calendário de lutas sociais, o mês de agosto se destaca por dois períodos importantes, entre eles, o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica, celebrado em 29 deste mês. O Dia do Orgulho Lésbico também representa um marco para a comunidade, que o celebra em 19 de agosto.

A primeira data foi escolhida em razão do 1º Seminário Nacional de Lésbicas (SENALE), realizado em 1996. O evento teve como objetivo dar visibilidade à existência das mulheres lésbicas, às violências que enfrentam e às demandas do movimento.

O Dia do Orgulho Lésbico, por sua vez, foi estabelecido para homenagear Rosely Roth, como uma forma de lembrar a luta constante da ativista LGBTQIAPN+, que organizou uma revolta em frente ao Ferro’s Bar, em São Paulo, no dia 19 de agosto de 1983. 

Na época, o local era um ponto de encontro da comunidade e o episódio ficou marcado como o “Stonewall brasileiro”. Em junho de 1969, houve o primeiro levante contra a discriminação ao público LGBTQIAPN+ nos Estados Unidos. O fato se tornou um importante marco para a história mundial do movimento. 

Assim como nos EUA, as incursões policiais no Ferro’s Bar eram recorrentes e as frequentadoras eram expulsas do bar paulista, mas sempre voltavam para o ocupar o espaço.

Movimento quer renomear rua e tem proposta de lei

Foi diante desse contexto que a Coletiva saiu às ruas para exigir justiça pela morte de Luana Barbosa e Carol Campelo, vítimas de lesbocídio, e para promover a memória lésbica. Entre as reivindicações, está a proposta de renomear a rua Martinho Prado para rua Rosely Roth, por meio de um projeto de lei articulado com a Mandata Coletiva Quilombo Periférico.

Outras ações promovidas pela Coletiva incluem uma homenagem a espaços e personalidades da cena lésbica, que ocorrerá nesta sexta-feira (30) na Câmara Municipal de São Paulo. Durante o evento será protocolado o Projeto de Lei “Programa de Enfrentamento ao Lesbocídio – Luana Barbosa”. Além disso, no dia 7 de setembro, a Coletiva organizará o Festival da Visibilidade Lésbica na Quadra dos Bancários.

“Amar outra mulher é um ato revolucionário e o patriarcado odeia as mulheres. Ser visível é a saída para a nossa sobrevivência. Visibilizar é preciso. Por nós, por toda nós, pelo bem viver”, destacou a ativista Cinthia Abreu.

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  • Mariane Barbosa

    Curiosa por vocação, é movida pela paixão por música, fotografia e diferentes culturas. Já trabalhou com esporte, tecnologia e América Latina, tema em que descobriu o poder da comunicação como ferramenta de defesa dos direitos humanos, princípio que leva em seu jornalismo antirracista e LGBTQIA+.

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