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Comunidades costeiras do Amapá revelam preocupação com exploração de petróleo, aponta relatório

Estudo do Greenpeace Brasil aponta impactos da exploração petrolífera na região e propõe alternativas econômicas
Ativistas do Greenpeace protestam contra a exploração de petróleo na região amazônica, em frente ao prédio da petrolífera francesa Total, no Rio de Janeiro, Brasil, em 28 de setembro de 2017.

Foto: Mauro Pimentel/AFP

26 de março de 2024

O Greenpeace Brasil lançou no dia 21 de março o estudo “Costa do Amapá: potenciais impactos do petróleo e alternativas econômicas”, realizado em parceria com a Amapari Consultoria Ambiental. O relatório, elaborado após uma extensa pesquisa realizada em seis municípios costeiros e um distrito municipal do estado do Amapá, na região da Bacia da Foz do Amazonas, revela importantes dados sobre a percepção das comunidades locais em relação à exploração de petróleo na região.

Entre os dados apresentados no estudo, destaca-se que 42% dos entrevistados têm expectativas negativas sobre a exploração de petróleo na região, enquanto 69,2% apontam o vazamento de óleo como uma possível causa de impactos sobre a pesca e a vida marinha. Além disso, revelou-se que 96% das comunidades costeiras do Amapá não participaram de nenhuma audiência pública sobre o tema.

Durante a pesquisa, realizada entre dezembro de 2023 e janeiro de 2024, foram coletados dados primários por meio de 103 entrevistas individualizadas. As áreas de pesquisa abrangeram seis municípios costeiros e um distrito, situados em duas mesorregiões: Oiapoque, Calçoene, Amapá, Pracuúba, Cutias, Macapá e o distrito do Bailique. As pessoas entrevistadas representavam comunidades tradicionais, colônias de pesca, associações, universidades, organizações da sociedade civil e entidades governamentais e não governamentais.

Em nota à imprensa, Enrico Marone, porta-voz do Greenpeace Brasil, ressaltou que o objetivo do relatório é combater a desinformação e destacar a importância de consultar as comunidades locais sobre os impactos potenciais da exploração de petróleo. O estudo revelou que 71,6% das pessoas entrevistadas consomem pescado diariamente ou frequentemente, tornando a pesca artesanal essencial para a economia e subsistência dessas comunidades.

“A exploração de petróleo é vendida como única possibilidade de desenvolvimento para a região, mas o estudo mostra que, além dos graves impactos socioeconômicos e ambientais que a atividade pode gerar, há outras alternativas econômicas sustentáveis que precisam de investimento”, afirma Marone em comunicado à imprensa. “Dados da Embrapa citados no relatório mostram que as batedeiras de açaí movimentam mais de R$ 150 milhões no estado”, exemplifica o porta-voz.


O estudo “Costa do Amapá: potenciais impactos do petróleo e alternativas econômicas” complementa a Expedição Costa Amazônica Viva do Greenpeace Brasil, que busca ouvir a população local e contribuir para o conhecimento científico sobre as correntes marinhas e costeiras do Amapá, a bordo do veleiro Witness. Confira o material na íntegra no link.

  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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