O Congresso dos Estados Unidos manifestou apoio à Coalizão Negra por Direitos – que reúne organizações do movimento negro – contra as políticas adotadas pelo governo de Jair Bolsonaro que representam riscos aos direitos humanos no Brasil.
A deputada democrata e membro da Câmara de Representantes dos EUA, Debra Haaland, encaminhou ao secretário de Estado, Mike Pompeo, uma carta com assinaturas de 54 parlamentares americanos.
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No documento, os deputados manifestaram preocupação em relação às medidas adotadas pelo governo brasileiro que desrespeitam direitos das comunidades indígenas e afro-brasileiras.
Os congressistas também solicitaram que o governo americano coloque os direitos humanos como prioridade em seu relacionamento com o governo do Brasil.
“A Coalizão se une às frentes de resistência popular para expor as violações de direitos humanos que o governo Bolsonaro está promovendo. Seguiremos como expressão do povo negro organizado, segmento majoritário da população brasileira”, afirma o professor da Uneafro-Brasil, Douglas Belchior.
A continuidade das denúncias internacionais é um canal importante para que a Coalizão Negra por Direitos, coloque para o mundo a situação do desgoverno brasileiro”, confirma Sandra Maria da Silva Andrade, coordenadora da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ).
Entre as recentes mobilizações do movimento negro, se destaca a participação de representantes do movimento em audiência junto à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), na Jamaica, em maio.
Na ocasião, a discussão foi sobre os impactos do pacote de segurança pública proposto pelo Ministro da Justiça, Sérgio Moro, sobre a vida da comunidade negra.
O movimento também entregou, em junho, ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), uma carta contra a pacote de Moro. O documento possui assinaturas de intelectuais e entidades de diferentes países.
As organizações negras ainda levaram à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), neste mês, às violações de direitos humanos nas propostas do governo Bolsonaro que visam facilitar o acesso da população ao porte e a posse de arma.
“Com o atual cenário político que o país tenta sobreviver é nosso compromisso expor todas as violações desde insegurança, ameaças, retirada de direitos, sucateamento das políticas públicas, perpetuados no racismo institucional e estrutural no Brasil”, aponta Sandra.