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Conheça 5 casos em que apoiadores do Bolsonaro atacaram a população negra

19 de outubro de 2018

Pelo menos 70 ataques foram realizados por apoiadores do capitão da reserva, entre as vítimas há negros

Texto/Aline Bernardes

Imagem/Reprodução

A Pública realizou um levantamento em parceria com a Open Knowledge Brasil que revela pelo menos 70 ataques nos últimos 20 dia no país.

A maioria dessas agressões foram feitas por apoiadores do candidato à presidência Jair Bolsonaro, do PSL, que está à frente nas pesquisas eleitorais.

Isso demonstra que as declarações de Bolsonaro que incitam a violência contra mulheres, LGBTs, negros e índios ecoam no país e transformam-se em agressões físicas e verbais nestas eleições.

Alguns desses casos atingiram a população negra. Relembre ou conheça essas histórias:

Mestre Moá de Katendê

Após Moa anunciar que votaria em Haddad, Paulo Sérgio, que se declarava eleitor de Bolsonaro, pagou a conta no bar, foi até a sua residência, voltou ao estabelecimento e acertou o mestre de capoeira com golpes de faca no dia 7 de outubro.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), o inquérito mostra que Paulo Sérgio Ferreira de Santana, de 36 anos, foi o autor das doze facadas contra a vítima.

Moa do Katendê era compositor, dançarino, capoeirista, percussionista, artesão e educador. Fundou, em maio de 1978, o Afoxé Badauê. Ele completaria 64 anos em 29 de outubro.

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O professor Nilberto

O professor que leciona Geografia em uma escola em Mosqueiro foi agredido por quatro homens que estavam em uma casa de shows na Travessa Benjamin Constant, no centro de Belém.

Nas duas versões sobre a agressão, a motivação foi a intolerância e o ódio que tomam conta do Brasil neste dias agitados e tensos de campanha eleitoral.

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Anielle Franco

Anielle, irmã de Marielle, usou a conta dela no Facebook para contar o que aconteceu, quando estava andando perto de um shopping no Rio de Janeiro, com a filha pequena no colo.

Eles diziam palavras de ordem e usavam expressões como “piranha” e “sai daí [sic], feminista”, segundo o relato. O texto menciona que nenhuma das duas carregava qualquer símbolo partidário ou identificação de ideologia, mas que vestiam trajes com imagens do candidato do PSL à presidência Jair Bolsonaro.

“Algumas pessoas me reconhecem na rua e se aproximam para desejar seus sentimentos. Outros fazem isso”, escreveu. “Hoje eu tive medo! Medo mesmo. Não deveria, mas tive. Foi assustador. Ainda mais com minha filha no colo”, finalizou ela.

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Placa para Marielle Franco

O candidato a deputado estadual pelo partido de Jair Bolsonaro (PSL) e ex-candidato a vice-prefeito do Rio, em 2016, na chapa de Flávio Bolsonaro, Rodrigo Amorim postou foto no Facebook após destruir uma homenagem a Marielle Franco, vereadora do PSOL assassinada em 14 de março.

Amorim contou na postagem que, com o candidato a deputado federal Daniel Silveira, do mesmo partido, quebrou ao meio uma placa de nome de rua onde se lia Rua Marielle Franco.

No texto, Amorim afirmou que, em uma suposta “depredação do patrimônio público, (aliados de Marielle) removeram ilegalmente” a placa com o nome original, “colando uma placa fake (falsa) com os dizeres ‘Rua Marielle Franco’ em cima da placa original”.

O candidato continua: “Cumprindo nosso dever cívico, removemos a depredação e restauramos a placa em homenagem ao grande marechal”. E conclui: “Preparem-se, esquerdopatas: no que depender de nós, seus dias estão contados”.

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Gabi Coelho

A jornalista do Voz da Comunidade foi agredida, no dia 10 de outubro. Em seu perfil do Facebook, Gabi relata que andava a pé por uma rua quando um homem a puxou, e começou a dar socos em suas costas ao mesmo tempo em que a atacava com xingamentos racistas e políticos, como “macaca petista” e “preta suja”.

“Eu senti medo por estar sozinha, mas isso nunca vai me intimidar e nem mesmo fazer com que eu desista de tudo que acredito”, declarou Gabi em seu perfil pessoal.

A última pesquisa de “Perfil do Jornalista Brasileiro” da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), de 2012, revela que 65% dos profissionais de imprensa são mulheres, o que pode aumentar o risco à categoria, já que mulheres, negros e LGBTs são os maiores alvos de violência nesta campanha.
Um outro levantamento divulgado pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) mostra que em 2018 já são 137 casos de agressões a jornalistas no contexto político, partidário e eleitoral. Foram 75 ataques por meios digitais e 62 casos de agressão física.

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