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Defesa da infância e maternidade marca trajetória de Thaís Ferreira, candidata à reeleição na Câmara do Rio

A vereadora e candidata à Câmara Municipal carioca, Thaís Ferreira, é a responsável pela Comissão Especial de Combate ao Racismo Obstétrico na cidade do Rio de Janeiro
Thaís Ferreira, do PSOL, foi eleita como vereadora do Rio pela primeira vez em 2020 com mais de 14 mil votos.

Foto: Reprodução / Redes Sociais

4 de outubro de 2024

O pleito municipal de 2024 conta com a maior participação de candidaturas negras já registrada, que, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), somaram mais de 240 mil candidatos autodeclarados pretos ou pardos no Brasil. Na capital do Rio de Janeiro, Thaís Ferreira (PSOL), de 36 anos, é uma das mulheres negras que disputam uma vaga na Câmara Municipal.

Criada no bairro Irajá, na Zona Norte do Rio, a parlamentar foi eleita como vereadora pela primeira vez em 2020 com mais de 14 mil votos. Seu mandato, conhecido como “mãedata”, trouxe como pautas centrais temas relacionados à garantia de direitos da infância e da maternidade. Ela compõe o grupo das dez únicas mulheres que dividem as 51 cadeiras na casa de leis carioca com os demais vereadores.

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Líder comunitária, ativista e mãe de quatro pequenos, Thaís Ferreira é autora de 108 leis ordinárias aprovadas na Câmara, e responsável por instaurar a Comissão Especial de Combate ao Racismo Obstétrico e o Estatuto da Igualdade Racial no município. A vereadora ainda foi a primeira mulher a presidir uma sessão com seu filho no colo e também a primeira a tirar licença maternidade no legislativo carioca. 

Em entrevista à Alma Preta, a candidata à segunda legislatura destaca que, caso reeleita, seu segundo mandato seguirá articulando políticas públicas que priorizem as classes mais vulnerabilizadas.

Alma Preta: Quais são os maiores desafios que a candidata enxerga na cidade? 

Thaís Ferreira: Os maiores desafios estão relacionados à correção das desigualdades de forma radical, começando pelo ventre das mulheres negras e pelas infâncias negras, pobres e mais vulnerabilizadas. É preciso políticas públicas que deem de verdade prioridade para essas vidas, evitando a inviabilização de cada uma delas ainda no começo.

Alma Preta: Quais são suas principais propostas nessa campanha?

Thais Ferreira: As minhas principais propostas são relacionadas a garantir dignidade desde o começo da vida para todas as pessoas, relacionando a questão da justiça racial, a justiça social, através da promoção de saúde, bem-viver e acesso pleno ao direito à cidade, à cultura e ao lazer.

Alma Preta: A candidata teve uma forte atuação pela infância e maternidade durante seu mandato, área em que é especialista. Qual será a continuidade do seu mandato na temática?

Thaís Ferreira: Na continuidade do mandato a gente pensa em efetivar as políticas que já foram propostas, ou seja, fazer com que elas aconteçam na vida das pessoas e procurar ainda mais, porque, quando a gente está falando de direitos de mulheres, mães e crianças, ainda há bastante espaço para garantir a seguridade social de todo mundo desde o começo da vida até a idade adulta. A gente está falando de políticas para garantir a justiça social reprodutiva de meninos e meninas.

Alma Preta: Em 2023, a candidata lançou o “Pequeno Manual do Racismo Obstétrico”. Quais propostas a candidata apresenta na área da saúde para enfrentar essa forma de racismo? 

Thaís Ferreira: Agora a gente está lutando para garantir que todo esse arcabouço legal que combate o racismo obstétrico seja aplicado e efetivado na rede de saúde pública do município do Rio de Janeiro. E ainda existem outras proposições, como a criação de indicadores, a proposta de dados para avançar com as políticas públicas.

Alma Preta: Como a vereança pode incidir na luta contra o racismo?

A vereança pode incidir na luta contra o racismo através da proposição das políticas públicas de afirmação e reparação histórica e também da fiscalização das leis que já existem. Como, por exemplo, o Estatuto da Igualdade Racial, que foi aprovado por mim em 2024.

Alma Preta: As Câmaras brasileiras são amplamente de direita. Como é possível agir nesse ambiente para garantir o avanço de propostas antirracistas?

Thaís Ferreira: Para garantir o avanço das propostas antirracistas é preciso a articulação prioritariamente dos movimentos sociais e a conscientização dos atores sociais já instituídos na Casa Legislativa, que estão em outras organizações, no Secretariado e no Executivo, de como o avanço nas políticas antirracistas beneficia toda a sociedade. 

  • Verônica Serpa

    Graduanda de Jornalismo pela UNESP e caiçara do litoral norte de SP. Acredito na comunicação como forma de emancipação para populações tradicionais e marginalizadas. Apaixonada por fotografia, gastronomia e hip-hop.

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