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Deputada latina defende os direitos de negros e pobres no Congresso Americano

A agenda progressista de Alexandria Ocasio-Cortez marca um novo momento na história do Partido dos Democratas

18 de setembro de 2019

Descendente de porto-riquenhos e autodeclarada socialista, Alexandria Ocasio-Cortez, de 29 anos, é a mulher mais jovem a ocupar o cargo de deputada na história dos Estados Unidos.

Seu nome foi escolhido por 78% dos eleitores dos bairros do Queens e do Bronx, na cidade de Nova York, nas eleições de meio de mandato norte-americanas, realizadas em novembro de 2018.

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De acordo com Ilona Duverge, integrante do mandato de Ocasio-Cortez e cofundadora da Movement School (organização que realiza treinamento para candidatos a cargos políticos), a candidatura de Alexandria mobilizou sujeitos que normalmente não costumam voltar.

“São pessoas esquecidas pelo Estado, pois os latinos, negros e pobres não têm acesso as políticas públicas americanas”, destaca.

Agenda progressista

Formada em economia e relações internacionais pela Universidade de Boston, Alexandria Ocasio-Cortez defende, por exemplo, medidas para regular a economia americana de maneira democrática. A parlamentar é autora de um projeto de lei que visa taxar grandes fortunas.

Sua proposta de cobrar imposto de até 70% a rendimentos superiores a 10 milhões de dólares é elogiada por economistas de viés progressista.

Em relação aos direitos de imigrantes, Alexandria defende o desmantelamento da polícia de fronteira (ICE, na sigla em inglês). A medida é apoiada pela pré-candidata presidencial democrata Kristen Gillibrand.

“O objetivo é defender os direitos humanos e uma sociedade mais inclusiva para os latinos, negros e pobres”, descreve Ilona Duverge.

Eleições presidenciais norte-americanas

Em novembro de 2020, os Estados Unidos devem escolher um novo nome para a presidência da República ou reeleger Donald Trump. A disputa para decidir quais candidatos vão representar o Partido dos Democratas e o Partido Republicano já começou no país norte-americano.

Segundo Ilona Duverge, é provável que o partido democrata deva lançar a candidatura de algum representante alinhado às pautas das populações mais vulneráveis, como os latinos, negros e pobres.

“O trabalho da Alexandria no Congresso nos dá esperança de conseguir mais candidatos que representem toda a população americana, que não é composta apenas por homens brancos”, pondera.

Na avaliação de Ilona Duverge, os EUA precisam de um presidente que construa uma nação mais inclusiva. “Queremos um candidato à Presidência que compreenda como o sistema americano é racista. Quem ocupar esse cargo deve construir um país mais inclusivo para todas as pessoas”, defende.

Candidaturas mais representativas

A campanha vitoriosa de Alexandria Ocasio-Cortez em 2018 impulsionou o trabalho da Movement School para as eleições dos próximos anos. A organização realiza uma série de treinamentos sobre práticas recomendadas para candidatos a cargos políticos em Nova York e em todo os EUA.

A iniciativa liderada por Ilona Duverge a levou a ser convidada para participar do 3º Encontro Nacional Ocupa Política. O evento reuniu parlamentares e ativistas do Brasil e do mundo, de 29 de agosto a 1 de setembro, no Recife, em Pernambuco.

Illona lembra que o treinamento político é uma importante ferramenta para formar candidaturas mais representativas dentro do Partido dos Democratas.

“É uma forma de as pessoas entenderem que os democratas não são todos iguais. Não havia muita representatividade dentro do partido. O treinamento possibilita candidaturas de pessoas oriundas de comunidades mais vulneráveis, como os negros e indígenas”, complementa.

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  • Nataly Simões

    Jornalista de formação e editora na Alma Preta. Atua há seis anos na cobertura das temáticas de Diversidade, Raça, Gênero e Direitos Humanos. Em 2023, como editora da Alma Preta, foi eleita uma das 50 jornalistas negras mais admiradas da imprensa brasileira.

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