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Deputado federal, Vicentinho, diz que questão racial precisa ganhar protagonismo no PT

17 de dezembro de 2020

Deputado federal no quinto mandato, com mais de 125 projetos de lei apresentados, diz que o partido precisa ter negros no comando para que as mudanças se concretizem

Texto: Juca Guimarães I Edição: Nataly Simões I Imagem: Divulgação

O deputado federal Vicente Paulo da Silva (PT-SP), mais conhecido como Vicentinho, está em seu quinto mandato consecutivo. Eleito pela primeira vez em 2002, 12 anos depois, em 2014, foi o primeiro parlamentar negro a chegar ao posto de líder de bancada.

Dentro do Partido dos Trabalhadores, em que se filiou em 1980, Vicentinho identifica que é o momento da questão racial ganhar mais protagonismo com pessoas negras no comando da legenda.

“Temos que brigar e fazer a luta democrática interna dentro do partido. No último Congresso, a legenda já deliberou sobre isso. Já temos portas abertas, falta estimular. Temos a estrada pronta, falta só o carro e o motor. Já falei com os companheiros do Movimento Negro e estou disposto a fazer muita coisa”, conta, em entrevista à agência Alma Preta.

“Proporcionalmente, eles [PSOL] tem mais negros do que nós [PT] no parlamento, não sei se na direção também é assim. Nós temos que avançar nisso. É um de vários aspectos que precisam mudar para que o PT se renove”, acrescenta o parlamentar.

Para levar adiante a ideia de ter negros no alto escalão do PT, Vicentinho conta com o ex-presidente Lula como aliado. “Ele é nossa referência. Ele é completamente sensível a isso [questão racial]”, pontua.

Poucos negros na Câmara

Vicentinho contabiliza, com pesar, que são apenas 20 parlamentares negros entre os 512 colegas de legislativo. “Já foram 44 negros em legislaturas anteriores, agora são 20, contei um por um. Fui lá e vi a foto”, relata o deputado paulista, que já apresentou mais de 120 projetos de lei.

A checagem da fotografia dos parlamentares se faz necessária porque desde 2016 existe a autodeclaração de cor e raça para os candidatos. Segundo a autodeclaração, são 125 deputados negros.

Com mandato em vigor até o final de 2022, Vicentinho alerta que não é apenas a quantidade de negros e negras na Câmara que deve ser levada em conta, como também o compromisso dos parlamentares com a pauta antirracista.

“Eles não participam das nossas lutas e votam contra os interesses do povo negro. Eles representam o opressor, se representassem o nosso povo, votariam contra a Reforma Trabalhista e contra a Reforma da Previdência. Nem todos são uma Benedita da Silva, um Orlando Silva ou um Paulo Paim”, argumenta.

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