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Governo reduz orçamento para gestão de desastres climáticos em ano da COP30

Corte de R$ 200 milhões no programa de gestão de riscos e desastres ocorre após um ano marcado por calamidades ambientais e às vésperas da conferência global sobre o clima em Belém
Locais alagados pela enchente no município de Eldorado do Sul, no Rio Grande do Sul. Governo Federal anunciou um corte na gestão de desastres climáticos mesmo após um ano crítico de calamidades naturais no país.

Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

7 de janeiro de 2025

Após um ano em que o Brasil enfrentou desastres climáticos de grande impacto, como  inundações no Rio Grande do Sul, queimadas recordes no Pantanal e uma seca histórica na Amazônia, o governo federal decidiu reduzir o orçamento destinado ao gerenciamento e prevenção de riscos ambientais.

Para 2025, a previsão orçamentária para o programa de gestão de riscos e desastres é de R$ 1,7 bilhão, representando uma redução de R$ 200 milhões em comparação aos R$ 1,9 bilhão reservados para 2024. 

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O corte ocorre no mesmo ano em que o Brasil sediará a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), marcada para novembro, em Belém do Pará.

Cenário de estrangulamento financeiro

A decisão de redução orçamentária, reportada pela Folha de S. Paulo e analisada pelo Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), aponta um cenário de estrangulamento financeiro na área.

Emendas parlamentares destinadas ao programa também tiveram uma queda significativa, passando de R$ 69,9 milhões em 2024 para apenas R$ 39,1 milhões no projeto de Lei Orçamentária Anual de 2025.

Entre 2016 e 2024, o governo federal destinou, em média, R$ 2,3 bilhões anuais ao programa de gestão de riscos e desastres. Os números indicam um encolhimento expressivo no financiamento das ações voltadas a prevenir e mitigar impactos climáticos.

Prevenção como ferramenta de economia

Especialistas alertam que cortes nas ações preventivas podem aumentar os custos a longo prazo. O programa, além de lidar com situações extremas, tem como objetivo preparar as regiões para evitar calamidades.

Sem investimentos adequados, as consequências podem ser financeiramente e socialmente devastadoras, como foi o caso de 2024.

Diante dos desastres daquele ano, o governo federal precisou liberar créditos extraordinários que totalizaram R$ 6,9 bilhões para responder às emergências. Esses valores superaram em muito os investimentos preventivos previstos no orçamento.

Compromisso com o clima em xeque

A redução no orçamento também contrasta com o compromisso esperado do Brasil como anfitrião da COP30. A conferência global, que reunirá líderes mundiais em Belém, tem como foco ações efetivas para conter os impactos das mudanças climáticas.

Procurados, os ministérios responsáveis pela gestão de riscos afirmaram que seguem comprometidos com as ações na área, mas não detalharam como pretendem lidar com o enxugamento financeiro.
Texto com informações da Folha de São Paulo.

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  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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