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No Senado, movimento negro exige audiência para discutir racismo ambiental

Em reunião com liderança do PT em Brasília, membros da sociedade civil cobram do governo mais protagonismo e políticas públicas

Integrantes da Coalizão Negra por Direitos posam para foto com liderança do PT no Senado.

Foto: Foto: Thais Rodrigues

10 de março de 2022

Membros da Coalizão Negra por Direitos, da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (CONAQ), da Uneafro e de diversos outros movimentos negros do país exigiram, nesta quinta-feira (10), a instauração de uma audiência pública no Senado para pautar o racismo ambiental.

A comitiva foi recebida pelo senador Paulo Rocha, líder do PT na casa, e Wilmar Lacerda, chefe do gabinete da legenda no Senado, que se comprometeram com a pauta. A data de início das audiências não foram definidas.

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A liderança petista declarou que as audiências poderão acontecer na Comissão do Meio Ambiente ou na Comissão de Direitos Humanos. Segundo Douglas Belchior, idealizador da Uneafro e da Coalizão Negra por Direitos, as discussões são importantes para trazer a tona o impacto ambiental que povos quilombolas e população negra sofrem por conta do racismo, do descaso e da falta de visibilidade.

“A agenda e as políticas públicas pelo meio ambiente diz respeito a todos os povos, incluindo quilombolas, o povo preto”, disse Belchior.

Segundo os membros da sociedade civil, os Projetos de Lei do chamado “Pacote da Destruição” impactam diretamente a vida das pessoas mais vulneráveis. Eliete Paraguassu, que é pesqueira de mariscos no estado da Bahia, afirmou que tanto os pescados  como as pessoas que vivem dessa economia se contaminam com metais pesados e derivados de petróleo, fruto da indústria.

“Eu denuncio a degradação no meu território. Nossos corpos estão contaminados, eu estou contaminada, nossas crianças. Se a gente pesca, o marisco já vem com resíduos tóxicos e somos nós que alimentamos todos vocês” , alegou. Ela afirma que os movimentos sociais já tentaram um diálogo mais próximo com o governo da Bahia para pedir providências, mas não obtiveram sucesso.

Wilmar Lacerda disse que o PT providenciará um levantamento das comunidades ribeirinhas e quilombolas afetadas para que, assim, se pense ações de enfrentamento à degradação em conjunto.

Paulo Rocha também se comprometeu a levar adiante as reivindicações do movimento negro na Casa. Para ele, o PT já tinha essa iniciativa, principalmente representado pelo senador Paulo Paim.

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