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MPT defende adoção de políticas públicas para erradicação do trabalho análogo à escravidão

Durante evento, representante do órgão alertou a urgência de medidas efetivas para erradicar o trabalho análogo à escravidão até o ano de 2030
Uma mulher negra e uma criança negra, ambas trabalhando no campo. A imagem simboliza mulheres e meninas negras, principais vítimas do trabalho análogo à escravidão

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

12 de outubro de 2023

Durante um debate público na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, o procurador do Trabalho Thiago Gurjão Alves Ribeiro, representando o Ministério Público do Trabalho (MPT), defendeu a necessidade de adoção de medidas efetivas para o Brasil cumprir o compromisso internacional de erradicação de trabalho análogo a escravidão contemporânea e do tráfico de pessoas até o ano de 2030.

Segundo Gurjão, dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) publicados em 2022 revelam que aproximadamente 28 milhões de pessoas são vítimas de trabalho análogo à escravidão no mundo. O representante do MPT ressaltou que o número aumentou em comparação com pesquisas anteriores e apontou a necessidade da ampliação dos esforços para a erradicação desse crime.

Outra questão tratada pelo procurador do Trabalho foi a elevação da eficiência de políticas públicas de proteção às vítimas de trabalho análogo à escravidão. Gurjão afirma que um cruzamento de dados realizado em 2018 mostrou que a reincidência alcançou mais de 600 trabalhadores resgatados da condição semelhante à de escravizados. 

As vítimas do trabalho análogo à escravidão

Em 2022, segundo os dados divulgados pela Secretaria de Inspeção do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego, entre as 2.575 pessoas resgatadas de condições de trabalho análogo à escravidão, 83% se autodeclararam pretas ou pardas, 15% brancas e 2% indígenas.

Em 2021, o número de vítimas de tráfico de pessoas que eram negras era de 72%, segundo o Relatório Nacional, elaborado pelo governo federal em parceria com o Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODOC, na sigla em inglês).

O mesmo relatório aponta que as mulheres e meninas são as principais vítimas. Entre 2017 e 2020, 86 denúncias de tráfico de pessoas envolveram meninas de até 18 anos, um número acima da média global.

  • Giovanne Ramos

    Jornalista multimídia formado pela UNESP. Atua com gestão e produção de conteúdos para redes sociais. Enxerga na comunicação um papel emancipatório quando exercida com responsabilidade, criticidade, paixão e representatividade.

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