As eleições municipais de 2024 contam com cerca de 450 candidatos apoiadores, integrantes ou assentados do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) na disputa dos cargos de vereadores, prefeitos e vice-prefeitos. Essa é a segunda vez que a organização participa diretamente do pleito eleitoral em 40 anos.
Entre eles, 230 são moradores dos assentamentos do MST. As chamadas “candidaturas Sem Terra” pretendem transpor sua atuação política pela reforma agrária para os meios institucionais legislativos.
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“A decisão de apresentar candidaturas Sem Terra vem depois de um amplo debate sobre como o Brasil, nos últimos anos, tem vivido um cenário político marcado pela ascensão da extrema-direita. Essa tendência tem gerado preocupações sobre o futuro da democracia e dos direitos humanos, especialmente diante do aumento de discursos e políticas que ameaçam as liberdades civis, a diversidade e o acesso aos direitos básicos”, aponta trecho da nota do MST.
Com uma maioria de candidaturas destinada ao posto de vereador, o movimento conta com 30 candidatos a prefeitos e 13 a vice-prefeito. Do total de postulantes, mas de 180 se autodeclararam como negros e quase 30 se identificam como LGBTQIAPN+. Mais de 100 candidaturas são femininas, entre apoiadoras e Sem Terra.
Além da reforma agrária popular para democratizar o acesso à terra, as candidaturas do MST defendem uma política ambiental de preservação dos recursos naturais e combate à violência de territórios e comunidades tradicionais, fomento da agroecologia e da produção agrícola familiar.
A primeira participação direta do MST na disputa dos espaços políticos foi nas eleições de 2022, na qual lançou 15 candidaturas para deputados em 12 estados. Ao todo, seis foram eleitas em Pernambuco, Ceará, Bahia, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
