Eleição de Ana Paula Siqueira (Rede), Andreia de Jesus (PSOL) e Leninha (PT) representa a força política das mulheres negras em Minas Gerais; estado também elegeu para deputada federal Áurea Carolina (PSOL), com 162.740 votos
Texto / Pedro Borges
Imagem / Divulgação
Pela primeira vez na história da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), haverá ao menos uma mulher negra na condição de deputada. O avanço foi tão significativo que a casa receberá três mulheres negras, Ana Paula Siqueira (Rede), Andreia de Jesus (PSOL) e Leninha (PT).
A ALMG ainda segue o padrão dos demais espaços de poder no Brasil, com uma maior representação de brancos. De acordo com a autodeclaração dos deputados eleitos, verifica-se que 4 pretos e 12 pardos, que juntos formam o grupo racial negro, vão compor a casa ao lado de 61 brancos.
As deputadas negras eleitas conseguiram votação expressiva, com 51.407 para Leninha, 23.372 para Ana Paula Siqueira e 17.689 para Andreia de Jesus. Vale ressaltar que essa não foi a única vitória das mulheres negras de Minas Gerais. O estado também emplacou a vitória de Áurea Carolina (PSOL), com 162.740 votos.
Celebração da vitória
Andreia de Jesus e Áurea Carolina participam da Muitas, movimentação política que conseguiu uma vitória expressiva nas eleições de 2018. Agora, as Gabinetona, mandato coletivo, aberto e popular representado pelas vereadoras Bella Gonçalves e Cida Falabella em Belo Horizonte, inaugura uma experiência inédita no Brasil ao ocupar três esferas do Legislativo, com Andréia de Jesus na Assembleia Legislativa de Minas Gerais e Áurea Carolina na Câmara dos Deputados, em Brasília.
O grupo organiza uma comemoração para o dia 1º de Fevereiro, com início às 9h30, na Rua Ouro Preto, 1421, Santo Agostinho, BH. Depois da concentração, o grupo sai em cortejo com guardas de congado e blocos de carnaval em direção à Assembleia Legislativa de Minas Gerais para trazer “força” e “axé” para o mandado, como diz o comunicado à imprensa.