PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Na Unesco, governo brasileiro fala em compromisso com ‘políticas de reparação’ para os negros

Evento em Paris celebrou 30º aniversário do programa Rotas dos Povos Escravizados
A representante da Coordenação-Geral de Memória e Verdade da Escravidão e do Tráfico Transatlântico de Pessoas Escravizadas, Fernanda Thomaz, durante fala na Unesco.

A representante da Coordenação-Geral de Memória e Verdade da Escravidão e do Tráfico Transatlântico de Pessoas Escravizadas, Fernanda Thomaz, durante fala na Unesco.

— Reprodução

14 de outubro de 2024

A Coordenação-Geral de Memória e Verdade da Escravidão e do Tráfico Transatlântico de Pessoas Escravizadas (CGMET) representou o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) no 30º aniversário do programa Rotas dos Povos Escravizados, organizado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). 

Fernanda do Nascimento Thomaz, coordenadora-geral da CGMET, integrou uma das mesas de debates da programação do evento que aconteceu em Paris, na França, onde está a sede da organização.

Quer receber nossa newsletter?

Você encontrá as notícias mais relevantes sobre e para população negra. Fique por dentro do que está acontecendo!

Em sua fala, a gestora reafirmou o compromisso do Brasil com a preservação da memória da escravidão e com o avanço de políticas de reparação para as populações afrodescendentes. Fernanda também abordou o impacto do programa Rotas dos Povos Escravizados na conscientização sobre o legado da escravidão no Brasil e no mundo.

Desde sua criação em 1994, a iniciativa da Unesco desempenha um papel central na realização do conhecimento sobre a escravidão e suas consequências globais

Segundo a coordenadora, o programa se tornou uma referência fundamental para o desenvolvimento de pesquisas e políticas públicas sobre o tema, “ao nos lembrar constantemente que a escravidão não foi apenas uma tragédia histórica, mas um processo cujas feridas ainda afetam milhões de pessoas de ascendência africana, inclusive no Brasil”, observou a coordenadora.

O evento também marcou o lançamento da Rede de Lugares de História e Memória da Unesco, que busca reconhecer os efeitos da dissonância cognitiva pós-colonial sobre a população negra e entender melhor como curar indivíduos e comunidades impactadas ao longo das gerações. 

A representante do governo brasileiro ainda abordou os desafios que o Brasil enfrenta para implementar políticas de reparação para os descendentes dos povos escravizados e destacou a importância da CGMET, criada em 2023, para a promoção da memória, reconhecimento e reparação da população negra.

Para a gestora, o país ainda vive os impactos de ter sido a última nação a abolir oficialmente a escravidão nas Américas. “A Coordenação que represento é um esforço inédito do Estado brasileiro para enfrentar esses problemas com seriedade e profundidade”, constatou.

Os reflexos desse passado, lembrou a coordenadora, são observados com os registros de violência policial contra jovens negros, a marginalização socioeconômica e as desigualdades estruturais no Brasil. “Precisamos de políticas públicas que enfrentem essas desigualdades históricas. A reparação não é apenas sobre o passado, é uma questão de justiça social para o presente e o futuro”, completou Thomaz.

Apoie jornalismo preto e livre!

O funcionamento da nossa redação e a produção de conteúdos dependem do apoio de pessoas que acreditam no nosso trabalho. Boa parte da nossa renda é da arrecadação mensal de financiamento coletivo.

Todo o dinheiro que entra é importante e nos ajuda a manter o pagamento da equipe e dos colaboradores em dia, a financiar os deslocamentos para as coberturas, a adquirir novos equipamentos e a sonhar com projetos maiores para um trabalho cada vez melhor.

O resultado final é um jornalismo preto, livre e de qualidade.

  • Mariane Barbosa

    Curiosa por vocação, é movida pela paixão por música, fotografia e diferentes culturas. Já trabalhou com esporte, tecnologia e América Latina, tema em que descobriu o poder da comunicação como ferramenta de defesa dos direitos humanos, princípio que leva em seu jornalismo antirracista e LGBTQIA+.

Leia mais

PUBLICIDADE

Destaques

Cotidiano